A garantia de áreas protegidas não está evitando a perda de biodiversidade. Este é um dos resultados da pesquisa publicada na revista científica Marine Ecology Progress Series, em 27 de julho.
O estudo afirmou que a situação pode se tornar catastrófica até o ano 2050 e, por isso, são necessárias soluções mais efetivas para os problemas de crescimento da população e do nível de consumo.
Atualmente existem cem mil áreas protegidas no mundo todo, o que representa 17 milhões de quilômetros quadrados em terra e dois milhões de quilômetros quadrados nos oceanos, porém a perda de biodiversidade aumentou. Entre as cem mil áreas, o cumprimento das normas só é realizado em 5,8% das que estão em terra e em 0,08% das que estão nos oceanos.
A despesa mundial nas áreas protegidas, que deveria ser de US$ 24 bilhões, é de US$ 6 bilhões ao ano, por isso que muitas áreas não são financiadas de forma adequada, indicou o estudo.
“Estamos investindo uma grande quantidade de recursos financeiros e humanos na criação de áreas protegidas e infelizmente evidências sugerem que essa não é a solução mais efetiva”, assegurou à Efe, Camilo Moura, um pesquisador colombiano da Universidade do Havaí, em Manoa.
Segundo Peter Sale, diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde (Canadá) da Universidade das Nações Unidas, o crescimento previsto das áreas protegidas é muito lento. No ritmo atual, para alcançar o objetivo de cobrir 30% dos ecossistemas do mundo seriam necessários 185 anos em terra e 80 anos nos oceanos.
“É o momento de empregar todos os recursos que vão para as áreas protegidas e utilizá-los em estratégias que sejam mais efetivas ao problema”, destacou Moura ao se referir às ameaças contra a biodiversidade, como a mudança climática e a poluição.
Estes fatores estão avançando rapidamente, pois o tamanho e a conexão das áreas protegidas são inadequados. Cerca de 30% das áreas nos oceanos e 60% das de terra têm uma superfície inferior a um quilômetro quadrado.
As áreas protegidas visam ao controle de duas ameaças de origem humana: a exploração em massa e a perda de habitat.
* Publicado originalmente no site EcoD.