Falta financiamento para reduzir perda de água, diz especialista
Experiência de sucesso da empresa israelense Miya Group mostra que PPPs são alternativa para reversão de cenário São Paulo, 31 de julho de 2014 – As perdas no processo de produção e distribuição de água no Brasil são de cerca de 40%. Há Estados em que o índice chega a 70%.
Experiência de sucesso da empresa israelense Miya Group mostra que PPPs são alternativa para reversão de cenário
São Paulo, 31 de julho de 2014 – As perdas no processo de produção e distribuição de água no Brasil são de cerca de 40%. Há Estados em que o índice chega a 70%. Durante a Fenasan, feira do setor de saneamento realizada ontem (31) em São Paulo, Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp, afirmou que as instituições financeiras não têm hoje no Brasil linhas suficientes de financiamento para reduzir as perdas. “No setor de saneamento a gestão das perdas é o principal problema e há dificuldade de obtenção de recursos para essa área”. Para o especialista, sócio da GO Associados, “uma alternativa efetiva seriam as parcerias púbico-privadas”.
Um projeto para maximizar a eficiência do sistema de distribuição de água em Nova Providência, uma das ilhas mais populosas das Bahamas, liderado pela empresa israelense Miya Group e pela concessionária Water and Sewerage Corporation (WSC), mostra que parcerias público-privadas (PPPs) são eficientes para suprir a escassez de recursos no setor de saneamento. Por meio de um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi possível desenvolver o projeto com custo estimado de US$ 83 milhões.
A WSC fornece água potável para 250 mil pessoas em Nova Providência e as perdas de água chegavam a mais de 50% na região em 2012, o que significa mais de 31 milhões de litros por dia. Com a intervenção do Miya Group e o apoio do BID a economia deve chegar a 14 milhões de litros em 2015.
Outra experiência de sucesso do Miya Group, apresentada na Fenasan, mostra a redução de perdas em Manila, capital das Filipinas. “Quando chegamos à Manila, havia perdas de águas que correspondiam a cinco vezes o consumo diário de água da cidade de Campinas”, conta Roland Liemberger, diretor do Miya Group na Ásia. Com a atuação da empresa, 240 mil vazamentos foram reparados e 1,360 Km de encanamentos substituídos. As perdas de água foram reduzidas para 770 milhões de litros por dia, o que corresponde a 2,5 vezes o consumo diário de água em Campinas. “Imagine se pudéssemos economizar 50% da água perdida em são Paulo, quantas novas regiões poderiam ser abastecidas”, diz Liemberger.
Para Shimon Constante, vice-presidente do Miya Group na América Latina, “o caminho para melhorar a eficiência no setor de captação e distribuição de água é por meio da colaboração entre as áreas pública, privada e as instituições financeiras. É fundamental que sejam desenvolvidos financiamentos que viabilizem não só obras, mas também a prestação de serviços e ações de transferência de tecnologia”, explica.
Ricardo Simões Campos, presidente da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), que também participou da mesa-redonda, defende que o controle de perdas deve fazer parte da rotina das companhias e ser tratado como uma questão estratégica . “O grande desafio é atuar nos sistemas mais complexos, nas regiões metropolitanas . Tudo isso passa pela gestão das perdas”, afirma.
“Estamos chegando num ponto em que é possível pensar em investimentos mais sofisticados no setor de água e saneamento. O controle de perdas é perene, não podemos nunca parar, não só no período de crise”, afirma Edson Pinzan, diretor de Tecnologia da Sabesp.




