A despeito de uma melhora na perspectiva da produção mundial de grãos e a respectiva queda dos preços, a segurança alimentar permanece precária em algumas regiões no biênio 2011-2012. A queda na recuperação da economia global e o aumento dos riscos de recessão irão lançar uma sombra sobre vários países, alertaram as Nações Unidas ontem (06/10).
“O agravamento das condições econômicas pode resultar em maior desemprego e menor renda para os mais vulneráveis e necessitados nos países em desenvolvimento”, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que estima que 32 países necessitam de ajuda externa devido à quebra de safras, conflitos ou insegurança, desastres naturais e o alto preço dos alimentos na economia doméstica.
Relatando a situação em nível regional, a FAO notou que a crise humanitária na África Oriental, especialmente na parte devastada pela fome no sul da Somália, continua a tirar vidas e dizimar a pecuária. A perspectiva para as áreas pastoris continuam sombrias com a continuação dessa baixa estação. Quatro milhões de pessoas estão em crise na Somália, com 750 mil pessoas em risco de morte nos próximos meses se não houver uma resposta adequada.
Na África Ocidental, diversas áreas da região do Sahel foram afetadas por chuvas irregulares durante a colheita de 2011. O prematuro término da estação de chuvas conduzirá a uma queda significativa na produção e um aumento da insegurança alimentar, relatou a FAO.
Já no leste asiático, uma colheita recorde é esperada, mas severas inundações monçônicas em Bangladesh,Coréia do Norte, Índia, Laos, Paquistão, Tailândia e Filipinas podem atenuar o resultado final. Em particular, as inundações devastadoras em Sindh no Paquistão já afetaram 8 milhões de pessoas, destruindo 880 mil hectares de colheitas permanentes e matando um número vasto de cabeças de gado.
* Publicado originalmente pelo site ONU Brasil.