Os planos alemães de acabar com a geração de energia nuclear até 2022 em resposta aos eventos no Japão, podem resultar em um incremento de 493 milhões de toneladas nas emissões de dióxido de carbono até 2020, segundo analises da Thomson Reuters Point Carbon.
Este crescimento nas emissões pressionaria o preço do carbono o suficiente para incentivar os geradores de energia cobertos pelo esquema europeu de comércio de emissões (EU ETS, em inglês) a substituir o carvão por gás natural.
Neste contexto, os preços do carbono durante a terceira fase do EU ETS poderiam subir até € 5, segundo o analista da consultoria Daniel Jefferson.
A Thomson Reuters Point Carbon acredita que esta troca de combustíveis começará imediatamente já que os preços do carbono reagiram e subiram cerca de € 1,5/t desde que a Alemanha anunciou sua posição em relação à energia nuclear.
“Apesar dos preços das permissões de emissão (EUAs, em inglês) terem retraído nos últimos dias, em parte como resultado das preocupações sobre a economia européia, eles ainda estão maiores do que estariam se não houvesse uma mudança na política nuclear alemã, então as usinas à gás ainda serão relativamente econômicas”, explicou Daniel.
Outra possibilidade é que haja mais investimentos em energias renováveis e eficiência energética. Entretanto, até agora, a Alemanha não parece ter planos de aumentar a sua meta de renováveis para 2020, apesar de ter sugerido que pode buscar metas mais ambiciosas de eficiência energética.
Após os desastres nucleares no Japão, a Alemanha colocou em moratória sete usinas nucleares construídas antes de 1980, anteriormente destinadas a ter sua vida útil estendida em mais 12 anos. Uma usina já estava fechada para manutenção na época do desastre.
Além disso, agora foi determinado que mais nove usinas vão fechar entre 2015 e 2020. Apesar disto ainda não ter sido aprovado na forma de uma lei, que deve ir a votação em 8 de julho, há um forte consenso para tal.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.