Pesquisas sugerem que 262 milhões de jovens em países emergentes estão inativos. Foto: Reprodução/Economist

O número de jovens sem trabalho no mundo inteiro é quase tão grande quanto a população dos Estados Unidos

Há mais jovens ociosos hoje em dia do que jamais houve. Números da OECD sugerem que 26 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos de idade em países desenvolvidos não estão empregados, estudando ou em treinamento; o número de jovens desempregados aumentou 30% desde 2007. A Organização Mundial do Trabalho afirma que 75 milhões de jovens no mundo todo estão à procura de empregos. Pesquisas do Banco Mundial sugerem que 262 milhões de jovens em países emergentes estão economicamente inativos. A depender da técnica de estimação, o número de jovens sem emprego pode ser tão grande quanto a população dos EUA (311 milhões de pessoas).

Dois fatores desempenham papéis importantes. Em primeiro lugar, a longa desaceleração do Ocidente reduziu a demanda por trabalho, e é mais fácil evitar a contratação de jovens do que demitir funcionários antigos. Em segundo lugar, o crescimento populacional das economias emergentes é mais rápido em países cujos mercados de trabalho são disfuncionais, tais como Índia e Egito.

O resultado é um “arco de desemprego”, que se inicia no sul da Europa, passa pelo norte da África e chega até o sul asiático, onde a recessão do mundo rico se encontra com o terremoto jovem dos países pobres.

O ódio entre os jovens desempregados já chegou às ruas do Oriente Médio. Além disso, a incidência de crimes violentos, que em geral está em declínio nos países ricos, está aumentando na Espanha, Itália e Portugal – países com um altíssimo nível de desemprego entre os jovens.

* Texto adaptado e traduzido da Economist por Eduardo Sá.

** Publicado originalmente na revistas The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.