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Israel Klabin é o presidente do conselho curador da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e autor do livro A Urgência do Presente. Em entrevista a Amanda Pinheiro e Lilian Neves, Kablin trata de assuntos sobre a Rio+20, economia verde e economia azul, o papel das empresas para o desenvolvimento sustentável e os desafios para se alcançar uma governança global, nacional e regional.
Assista ao vídeo abaixo.
Bloco 1
Quando perguntado sobre as expectativas para a Rio+20 e a economia verde, Israel Klabin diz que, no início, o evento seria apenas uma celebração para comemorar os 20 anos após a Eco 92, porém, com as atuais crises econômica, ambiental e social, a Conferência passou a ser um ponto de reflexão, com o objetivo de encontrar soluções para os principais assuntos que, na opinião dele, são: mudanças climáticas, água e emissão de gases de efeito estufa.
De acordo com Klabin, a partir dos debates desses assuntos, vai surgir um problema durante a Rio+20: a governança. Ele acredita que esta questão não será solucionada durante a cúpula, mas vai iniciar o processo de desenvolvimento de possíveis soluções para a problemática. “Nesse caso, a remodelação das Nações Unidas passa a ter um aspecto fundamental”, frisou.
Outra questão apresentada no primeiro bloco da entrevista foi a economia azul, considerada muito importante, apesar de ter pouca repercussão durante a Conferência, segundo Klabin. O assunto, que trata do potencial das águas, engloba o nível dos oceanos, que é classificado como um problema físico, pelo presidente da FBDS, devido o descongelamento das geleiras. “Esse aumento do nível do mar, acoplado com as mudanças climáticas, vem provocando distúrbios gigantescos. Por exemplo, já temos furacões em alto oceano, que provocam megaondas em costas, inclusive no Brasil, como ocorreu em Santa Catarina”, explicou.
Bloco 2
No segundo bloco, Amanda inicia falando sobre os custos ambientais do crescimento, e comenta sobre a tese de que o Produto Interno Bruto (PIB) não deve ser a única medida de riqueza dos países, pois precisam ser levados em conta os custos ambientais. Ao ser questionado sobre esta mudança, Klabin defendeu que a revisão dos índices do PIB é necessária a partir do avanço dos aspectos sociais, ambientais e econômicos, discutidos na Rio+20. Esta análise implicará na procura de novos parâmetros para a economia.
Para o presidente da FBDS, o papel das empresas é auxiliar na solução dos problemas globais, mas, para isto, é necessário que essas mudem o seu conceito de lucro. “O lucro deveria ser o produto final das empresas. Após serem contabilizadas as variáveis social, ambiental e econômica”, destacou Klabin, que revelou achar que as empresas não incorporaram a sustentabilidade em seu processo produtivo, social e financeiro.
Ao falar sobre as pequenas e médias empresas, o entrevistado apontou que, nas ligadas ao modelo de consumo, ou supridoras do sistema de serviços, a sustentabilidade está mais presente na gestão, pois há uma “pressão” dos consumidores em relação ao tema. Já as que são objetos de fornecimento para as grandes empresas, dependem da demanda das “megas” para incluir a sustentabilidade em sua produção.
Ao final, Klabin faz um breve comentário sobre a sua experiência como gestor da FBDS.
* Publicado originalmente no site EcoD.