Na quinta-feira passada, 7 de abril, um rapaz de 23 anos entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e atirou em 22 crianças, das quais 11 sobreviveram. A tragédia chocou milhares de brasileiros e foi destaque em diversos jornais internacionais.
Após o ataque, o governo quer retomar a Campanha do Desarmamento, que prevê a indenização de cidadãos que entregarem armas de fogo, registradas ou não, à Polícia Federal. A campanha já é permanente mas, para estimular a entrega das armas, o governo quer encurtar o período de pagamento das indenizações, que pode durar até três meses.
Algumas organizações não governamentais também encaminharam sugestões para fortalecer a campanha, como a Viva Rio que sugere a indenização para quem também entregar munições. Outra medida adotada à restrição do porte de armas seria a implantação de chips durante a fabricação das armas, para que, dessa forma, seja possível saber o histórico do produto – o Ministério da Justiça já pediu os estudos técnicos para viabilizar a proposta.
Ações de organizações
Segundo o Instituto Sou da Paz, cerca de 34 mil brasileiros por ano são vítimas de armas de fogo, e a maior parte são assassinadas por motivos considerados “banais”, como brigas de bar, de torcida, desavenças e ciúmes. A organização vem realizando ações junto à sociedade para divulgar a campanha permanente da entrega voluntária e cobrar a implementação do Estatuto do Desarmamento em sua integralidade.
Nesta semana, o Plano de Controle de Armas da cidade de São Paulo, uma iniciativa do Sou da Paz, estará realizando a Campanha de Desarmamento Infantil em escolas públicas e privadas de São Paulo. De 11 a 15 de abril, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana trocarão armas de brinquedo por gibis e outros brinquedos.
O objetivo da ação é mostrar às crianças que o uso de armas não é brincadeira e informar aos adultos que a campanha de entrega das armas de fogo é permanente.
Entrega de armas
Em São Paulo, os cidadãos que quiserem entregar armas de fogo devem ligar para o número 153 ou acessar o link http://www.soudapaz.org/desarmasp/. Em outras regiões do país, os interessados devem recorrer ao site De olho do Estatudo do Desarmamento e conhecer a Rede Desarma, com a lista de organizações e postos de coleta participantes. No ato da entrega, não haverá qualquer tipo de investigação quanto a origem da arma ou de seu portador.
*Publicado originalmente no site EcoD.