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Grandes desafios para o secretário-geral

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 10/10/2016 – O ex-primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, será o próximo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), substituindo Ban Ki-moon, que encerrará seu mandato no final deste ano.O ex-comissário para os refugiados dedicou uma década à defesa das pessoas mais vulneráveis e esquecidas após desastres naturais, por motivos políticos ou conflito sectários.

Guterres teve apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU e nenhum dos seus membros permanentes – China, França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia – se opôs à sua designação, segundo o jornal emiratense The Gulf News.De acordo com o diário, “graças aos seus antecedentes com refugiados e atividades humanitárias, Guterres sabe bem da necessidade de implantar operações de ajuda e como garantir que a ONU conte com os fundos necessários”.

Além disso, a própria ONU está em um ponto de inflexão em seus 70 anos de história, porque lhe custa assumir um papel significativo, relevante e ativo na atenção de crises, em parte pelo direito de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.Com relação à Síria, por exemplo, China e Rússia impediram que fossem tomadas medidas contra o presidente Bashar al Assad por seus ataques contra populações civis, equivalentes a crimes de guerra.

Entretanto, além do direito de veto, a própria composição do máximo órgão de segurança da ONU perpetua uma tendência contra potências e interesses regionais. Por que a Índia, com sua vasta população, não tem um assento permanente? Os países árabes também carecem de representação, e o sudeste da Ásia, América Latina, América Central e Australásia também estão mal representados, recordou o jornal. Envolverde/IPS