Um estudo publicado na revista científica “PLoS Biology” afirmou que o planeta possui, aproximadamente, 8,7 milhões de espécies. Segundo os cientistas, a pesquisa é descrita como a mais precisa já realizada. A margem de erro é de um milhão para mais ou para menos.
A análise observa que a grande maioria não foi identificada, cerca de 1,2 milhão já foram formalmente descritas. A catalogação de todas poderia levar mais de mil anos. Novas técnicas, como o sequenciamento do DNA, podem acelerar este processo.
Os pesquisadores advertem que muitas espécies serão extintas antes mesmo de serem estudadas.
Espécies
A estimativa aponta que, a maioria das espécies não identificadas são terrestres. Com números progressivamente menores de fungos, plantas, protozoários (grupos de organismos unicelulares) e cromistas (grupo que inclui algas e outros micro-organismos). Não foram contabilizadas as bactérias e outros tipos de micro-organismos.
Segundo o ex-presidente da Sociedade Real britânica Robert May, o cálculo preciso do número total de espécies no planeta é um assunto complicado. “É uma indicação notável do narcisismo da humanidade que saibamos que o número de livros na Biblioteca do Congresso americano em 1º de fevereiro de 2011 era de 22.194.656, mas que não podemos dizer com quantas espécies de plantas e animais nós dividimos o mundo”, explanou.
Porém o pesquisador Derek Tittensor, comentou a possibilidade de uma pesquisa exata. “Estivemos pensando sobre isso durante anos, com vários métodos diferentes, mas não obtivemos nenhum sucesso. Essa era basicamente nossa última chance, e parece ter funcionado”, comentou à BBC Brasil.
Tittensor trabalha para o Centro de Monitoramento e Preservação Mundial do Programa Ambiental da ONU (Unep-WCMC) e para a Microsoft Research, em Cambridge, Reino Unido. Ele realizou a pesquisa em conjunto com colegas da Universidade Dalhousie, no Canadá, e da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos.
Taxonomia
O método utilizado pelos pesquisadores para calcular o número total de espécies foi a Taxonomia. O sistema analisou a relação entre as espécies e os grupos mais amplos aos quais pertencem.
Em 1758, o biológo sueco Carl Linnaeus desenvolveu um amplo sistema de taxonomia (a ciência de classificação dos seres vivos), que ainda é usado hoje, com poucas modificações.
Grupos de espécies mais proximamente relacionadas pertencem ao mesmo gênero, que são agrupadas em famílias, depois em ordens, em classes, em filos e, finalmente, em reinos – como o animal.
*publicado originalmente no site EcoD.