Exposição “EmbalArte, História, Arte e Design das Embalagens no Brasil” será aberta no próximo 10 de novembro na estação Luz do Metrô de São Paulo. Objetivo da exposição é popularizar os aspectos culturais e históricos da embalagem
São Paulo, 04 de novembro de 2015 – Uma viagem no tempo. Uma viagem na história, na arte e na cultura brasileiras e, porque não dizer, do próprio desenvolvimento do País, sob a perspectiva da embalagem, esse produto que acondiciona e armazena todos os outros produtos para manter a integridade deles e fazer com que sejam duráveis e cheguem perfeitos, mesmo nos mais longos e atribulados trajetos, aos seus destinos. Uma viagem que ensina, ao mostrar a evolução do setor até atingir as mais modernas tecnologias dos tempos atuais em materiais e processos produtivos, mas que também propõe brincadeiras e mexe com as lembranças e os sentimentos dos espectadores ao apresentar embalagens e propagandas antigas, que marcaram as diferentes fases de muitas gerações, que hoje são objetos de desejo de muitos colecionadores.
Assim o curador Peter Milko** traduz a exposição “EmbalArte, História, Arte e Design das Embalagens no Brasil”, que abre “as portas do tempo”, a partir de 10 de novembro, aos usuários do Metrô de São Paulo, um lugar mais que apropriado para abrigar essa mostra gratuita e interativa, já que comporta o maior número de viajantes diários do País, com quase 4 milhões em média, por dia. Organizada pela Editora Horizonte* e com patrocínio da Braskem e da Bemis, incentivadas pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura – o Programa de Ação Cultural (ProAC), a exposição enche os sentidos dos espectadores com imagens, peças, textos, vídeos e atividades interativas, como o jogo de memória e uma divertida mesa de quizz, para testar o conhecimento apreendido pelo visitante. A mostra ainda tem o apoio do Metrô, instalações produzidas pela Camera Press e armazenamento da Goodstorage. Acesse: http://www.edhorizonte.com.br/embalarte/.
A área de exposição é definida por oito ilhas compostas por dezenas de cubos. Alguns trazem imagens estampadas em suas faces; outros são transparentes e mostram peças significativas, como artesanatos indígenas, os sacos de juta e algodão, caixotes de madeira e o velho e bom barril de madeira, que estão entre as mais antigas embalagens que sobreviveram à mudança dos tempos e resistem ainda hoje para armazenar e transportar alimentos e bebidas. Das cabaças e cestos utilizados pelas populações indígenas até as avançadas tecnologias capazes de produzir designs arrojados e seguros para acondicionar itens frágeis, como cristais finos; e vitais, como alimentos e medicamentos, que também precisam resistir aos fatores externos e ganhar durabilidade, juntos, são cerca de 250 imagens de embalagens, materiais e peças. Elas formam instalações artísticas e painéis gigantes que contam a história do setor e de como ele influencia e é influenciado pelos estilos e as tradições culturais de cada povo.
Contribuição das grandes guerras
“Ao fazer a pesquisa sobre o design das embalagens para essa exposição, descobrimos o quanto a história do desenvolvimento da humanidade está refletida no desenvolvimento das embalagens”, diz Milko, que também é fundador e diretor-presidente da Editora Horizonte. Na mostra, é possível conferir, por exemplo, como as guerras influenciaram no desenvolvimento de materiais para o desenvolvimento de embalagens mais resistentes. Em 1809, Napoleão Bonaparte instituiu um prêmio para aquele que desenvolvesse embalagens capazes de conservar melhor os alimentos para os batalhões. Nicolas Appert foi o vencedor e, com a sua criação, começou a se desenvolver a indústria de processamento de alimentos. Foram as grandes guerras mundiais também as responsáveis pela difusão de alimentos embalados, uma vez que os soldados levavam para os fronts kits com porções para sobrevivência.
No Brasil colônia, as embalagens eram artigos raros e bastantes reutilizáveis. Sacos de juta e algodão, uma vez que não serviam mais para a sua primeira função de embalar e transportar produtos, eram depois transformados ainda em roupas para as pessoas mais pobres, lembra Milko. O visitante da exposição “EmbalArte, História, Arte e Design das Embalagens no Brasil” descobre também como surgiram as marcas e rótulos, criados inicialmente para distinguir fabricantes e evitar fraudes. Nos caixotes e barris de madeira, as marcas começaram a ser impressas a fogo. Os primeiros rótulos foram desenhados à mão. As prensas surgiram apenas no século 19. “A embalagem está na vida de todos, mas poucos sabem que elas têm uma história, uma função social e um dos principais objetivos dessa exposição é tornar esses conceitos tão populares quanto às embalagens”, diz Milko.
Para definir quais as peças e imagens mais representativas e importantes, Milko teve a colaboração da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). “Foi fundamental para localizarmos as peças e para que conseguíssemos as autorizações de marcas históricas. Neste contexto, mostramos como algumas não mudaram, ou pouco mudaram, e como outras evoluíram e incorporaram outros materiais; como produtos que antes eram acondicionados em grossos vidros ou latas, por exemplo, e hoje estão em embalagens plásticas de design ousado.”
Primeiro contato dos consumidores
Além da trajetória de marcas consagradas em imagens e peças, a exposição conta com três vídeos com cerca de dois minutos de duração cada um. Um deles aborda a importância da comunicação das embalagens, o primeiro contato de consumidores com os produtos e onde ele conhece suas propriedades, benefícios e maneiras de uso. Relembra ainda marcas conceituadas e consagradas por propagandas que ficaram no imaginário da população, como a do Café Seleto. Sim, aquele que a “mamãe prepara com todo carinho e que tem sabor delicioso”. Os vídeos têm depoimentos de especialistas, como do professor Fabio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudo da Embalagem da ESPM, abordando o tema do ponto de vista sociológico: como a embalagem reflete a cultura de cada povo. “A embalagem é a expressão da cultura material de um país”, diz Mestriner. No terceiro, o espectador é inserido no processo de elaboração do design de uma nova embalagem.
A exposição poderá ser visitada até 5 de janeiro nas estações Luz e Santa Cecília do Metrô de São Paulo. Na Luz (linha 1 Azul) ficará até o dia 09 de dezembro. A partir do dia 12 de dezembro, estará na Estação Santa Cecília (linha 3 Vermelha) até o dia 05/01/2016. No Metrô paulista, os organizadores estimam cerca de 50 mil visitantes por dia. Depois, poderá ser exibida em outros locais, mediante solicitações de espaços culturais e educativos.
Serviço
Exposição EmbalArte, História, Arte e Design das Embalagens no Brasil
De 10 de novembro a 09 de dezembro
Local: Estação Luz do Metrô São Paulo (Linha 1 Azul e 4 Amarela)
De 12 de dezembro a 5 de janeiro
Local: Estação Santa Cecília do Metrô São Paulo (Linha 3 Vermelha)