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Iêmen concorda em conversar com hutis

Aden, Iêmen, 20/10/2015 – O governo do Iêmen concordou em participar das conversações de paz promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) com os rebeldes hutis, informou o jornal The National, dos Emirados Árabes Unidos.

O artigo, escrito por Mohammed Al Qasili e Taimur Jan, afirma: “As duas partes haviam se reunido pela última vez em junho, mas não chegaram a um acordo, nem a pôr fim aos enfrentamentos. O enviado especial da ONU para o Iêmen, Islail Uld Cheij Ahmed, se reuniu nos últimos dias com o presidente iemenita, Abdrabu Mansur Hadi, para tentar relançar as negociações”.

A coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, recebeu no final de semana o apoio de aproximadamente 300 efetivos sudaneses, o primeiro contingente de um país de fora do Golfo. “As forças sudanesas chegaram a Aden para apoiar a coalizão, mas não participarão das operações dentro desta cidade”, informou ao jornal o diretor do escritório de segurança de Aden, Mohammed Mosaed, mas atuarão nos arredores.

O Sudão uniu-se à coalizão em março, mas só enviou alguns aviões até agora. O envio de soldados sudaneses é outro golpe diplomático para o Irã, que não só apoia os rebeldes hutis como, se soube, tem uma estreita relação militar com Cartum.

Em setembro, o Sudão tomou a incomum medida de expulsar um diplomata do Irã e fechar um centro cultural desse país na capital. Na África, esses centros culturais são “unidades de inteligência iraniana e concentram uma grande atividade política”, afirmou Harry Verhoeven, professor na faculdade de serviço exterior da Universidade de Georgetown, em Doha, capital do Catar, o que foi interpretado como um gesto em direção a Riad.

O Sudão também rejeitou uma oferta feita por Teerã para ajudar esse país com sua defesa aérea, e é pouco provável que permita que um navio da marinha iraniana use seus portos, como já ocorreu. Nas últimas semanas, combatentes extremistas, entre eles células da Al Qaeda e do Estado Islâmico, buscam aproveitar a falta de autoridade no Iêmen.

No dia 18, a Fundação Jalifa bin Zayed Al Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos, enviou o 14º voo para o Iêmen, com 75 toneladas de alimentos e medicamentos. Envolverde/IPS