Independente da cor, o branco dos olhos reside em todos nós, como o sangue e o coração
A bandeira da paz é branca, e a neve também. Na cidade de São Paulo os táxis são brancos, o creme dental White é branco e o pinguim é branco e preto. No Brasil, o mundo corporativo é dominado pelos homens brancos.
A bandeira da paz é branca, e a neve também. Na cidade de São Paulo os táxis são brancos, o creme dental White é branco e o pinguim é branco e preto.
No Brasil, o mundo corporativo é dominado pelos homens brancos. A cor preferida das roupas dos profissionais da medicina e da odontologia é branca, a mesma cor do esparadrapo, do algodão e do Arak, a bebida destilada servida nos restaurantes de comida árabe, quando misturado com água.
As nuvens quando não estão carregadas são brancas. A linha que define alguns produtos domésticos é branca. As vestimentas utilizadas pelas Mães e Pais de Santo normalmente são brancas, e “deu branco” é uma expressão que se usa quando há um lapso de memória.
Branquinha é uma forma carinhosa de chamar a Cachaça, mas também pode, por extensão, ser referência à Vodka ou ao Saquê. O leite, que é branco, hoje tem variações de cores dependendo de alguns componentes misturados. Agora o incontestável é que o chá branco é um pouco amarelado, e o mesmo ocorre com o vinho. Já a uva branca é verde.
Os cabelos brancos são precoces em alguns e tardam a despontar em outros. A cândida deixa a roupa com mancha branca e o sapólio, branco, tira a sujeira dos pisos e dos rejuntes de azulejos.
Pelé, o eterno camisa 10 do futebol, brilhou nos campos vestindo o uniforme branco do Santos. E para fechar esse passeio pelas brancuras, independente da cor, o branco dos olhos reside em todos nós, como o sangue e o coração. Por aqui, fico. Até a próxima.
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.




