A internet está encurtando o mundo – ou pelo menos é o que dizem as estatísticas da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que promove políticas para melhorar o bem-estar social e econômico) e da empresa de consultoria Boston Consulting Group (BCG), que mostram que a “rede das redes” globais é moldada pelas forças locais.
As estatísticas da OCDE sobre o acesso à internet banda larga em seus países-membros vêm sendo observadas atentamente e, agora, foram analisados os números de assinaturas de banda larga sem fio – com grandes diferenças entre os países. O BCG, por sua vez, em um novo estudo em 46 países, observa como negócios, consumidores e governos usam a web.
Os dados mostram que países diferentes têm economias distintas de internet. A infraestrutura de internet britânica é pobre, em especial por conta da sua velocidade lenta da banda larga, mas tem o maior gasto online por pessoa e suas agências governamentais são muito ativas. Hong Kong, por contraste, tem o mais alto índice de conectividade, mas seus consumidores preferem gastar seu dinheiro offline.
As diferenças derivam da herança política e econômica de cada país. A Coreia do Sul, por exemplo, tem mais ambições políticas que o Reino Unido para liderar a banda larga. Os britânicos gostam de comprar online porque também gostam de usar cartões de crédito, o método mais fácil de pagamentos online. Em Hong Kong, com sua densa infraestrutura de varejo, não há muita necessidade de se fazer compras pela internet.
Para comparar países, o BCG criou um “índex e-intensidade”. Coreia do Sul, Dinamarca e Suécia lideram o ranking, enquanto Índia, Egito e Indonésia ocuparam os últimos lugares. Na opinião de Paul Zwillenberg, do BCG, a internet se tornará cada vez mais local. “As culturas são diferentes, então, quanto mais as pessoas acessam a rede, mais a internet se parecerá com elas”, disse. Informações da Economist (14/7/11).
* Publicado originalmente no site Observatório da Imprensa.