IV CBJA - Desconstruir para construir novas pautas é desafio no jornalismo

“Nas ações mais simples reside a sustentabilidade”. A afirmação é de Andrea de Lima, editora da Revista Quanta, da editora Segmento, que participou do painel “As novas pautas da sustentabilidade”, mediado pelo jornalista Roberto Villar, e que aconteceu durante o IV Congresso de Jornalismo Ambiental, que se encerra neste sábado (19), na PUC-RJ. Ao afirmar não acreditar em novas pautas, Andrea defendeu a desconstrução e construção das ideias e dos indicadores, na busca do que está por trás dos eventos e mesmo das situações mais corriqueiras. “Precisamos elaborar pautas balizadas em indicadores, tornando qualquer fenômeno palatável e digerível a todos. Este é o grande desafio”, salientou, ao destacar a existência de novas agendas, como a Rio+20, “ainda pouco em pauta, apesar dos temas que serão debatidos e de como repercutirão”.

Sônia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&F Bovespa, analisa que “as pautas estão dadas, só não percebe quem não está conectado com temas como a própria sustentabilidade”. Para ela, todo jornalista deve estudar, pesquisar e se manter atualizado no acompanhamento e cobertura das tendências. Ela diz resumir a sustentabilidade como uma mudança de mundo, uma transformação. “Nessa mudança de mundo, o consumismo, que foi sinônimo de status, se transforma em compras coletivas e em consumo colaborativo”, afirma, ao defender que “hoje, passamos da vantagem competitiva para criarmos condições para competir.

“Os relatórios socioambientais de empresas e instituições apresentam interessantes temas de pautas”, destaca o superintendente de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco, Paulo Marinho. Para ele, não há novas pautas, “apesar de a sustentabilidade oferecer várias dimensões, como a econômica, a social e a ambiental”. Outra pauta citada por Marinho é a de crédito socioambiental, “uma baita responsabilidade dos bancos, na liberação de recursos, em função dos impactos socioambientais”. Ele criticou a falta de profundidade na cobertura de fatos, defendendo que a imprensa, “acima de tudo, tem o papel de educar”.

O moderador Roberto Villar, ao encerrar o painel, salientou que colocar na pauta as políticas públicas também é uma forma de os jornalistas abordarem o tema da sustentabilidade, ampliando, com coerência, a atuação entre as mídias, sejam tradicionais ou sociais. Ter foco e gostar de onde está e do que faz também foram citados pelos painelistas como vantagens na cobertura das pautas de sustentabilidade.

*Publicado originalmente no site do IV Congresso de Jornalismo Ambiental.