Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 3/8/2016 – Com os atentados terroristas do verão boreal, há muito com que “preencher as páginas dos jornais, os sites de notícias e as ondas de rádio de toda uma vida”, afirmou o diário dos Emirados Árabes Unidos,The Gulf News.“Basta para que nos questionemos se não fomos todos empurrados para um obscuro abismo, onde a violência e a intolerância são a norma, e se nossa guia moral se distorceu pelo magnetismo da maldade e do caos”, destacou o jornal.
Mas não, “na França, no dia 31, os muçulmanos foram recebidos com braços abertos em cidades e povoados. Foi um encontro simbólico para rezar e recordar o padre católico de 85 anos, Jacques Hamel, assassinado,no dia 26 de julho,quando era refém na Normandia”, recordou oThe Gulf News.
“Em um dos encontros, um cartaz dizia ‘Amor para todos. Ódio para ninguém’. Em toda a França, que sofreu tanto nos últimos meses nas mãos de extremistas nas ruas de Paris e Nice, houve reuniões interconfessionais para demonstrar que a grande maioria, independente de sua religião ou raça, está unida para acabar com essa loucura”, segundo o jornal.
Por sua vez, o papa Francisco afirmou, no dia 31, ao voltar ao Vaticano da viagem à Polônia para o dia Mundial da Juventude, que “não gosto que se fale de violência islâmica porque nos jornais vejo violência diariamente. Alguém mata sua noiva ou sua sogra na Itália e essas pessoas são católicas. Isso é uma realidade: quase em cada religião existem pequenos grupos radicais”.
“Se falamos de violência islâmica, então temos que falar também de violência católica”, acrescentou o papa, que concluiu dizendo que mantém diálogo regular com imãs. “Sei como pensam, buscam a paz”, assegurou. Envolverde/IPS