Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam que, no Brasil, os jovens começam a fumar em média aos 17 anos. Um estudo mostra que, nessa idade, fumar é um ato impulsivo e que jovens fumantes costumam ser mais pessimistas e ansiosos.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, comparou o comportamento e a personalidade de jovens com idades entre 18 e 25 anos que fumavam e que haviam parado de fumar. Eles foram avaliados com base no big five, que são os cinco amplos domínios ou dimensões da personalidade usados para descrever a personalidade humana: instabilidade emocional (neuroticism), extroversão (extraversion), amabilidade (agreeableness), meticulosidade (conscientiousness) e abertura para o novo (openness to experience).
Os resultados mostraram que os fumantes eram mais instáveis emocionalmente e impulsivos do que os ex-fumantes, e que jovens que param de fumar apresentam mudanças nesses traços de personalidade. Na realidade, entre os jovens que pararam de fumar, houve uma queda justamente nesses aspectos de personalidade.
“Estudos mostram que jovens ansiosos, impulsivos e pessimistas são mais suscetíveis a se engajar em comportamentos prejudiciais, como fumar. No entanto, conforme a pessoa envelhece e continua fumando, fumar passa a fazer parte do cotidiano e tem menos relação com a impulsividade”, explica.
Para ele, trabalhar a impulsividade deveria ser o foco das campanhas antitabagistas voltadas para a juventude. “Isso talvez ajudasse os jovens a largar o vício. No entanto, o uso desta substância tem relação complexa a fatores genéticos e ambientais, e são necessários mais estudos sobre o assunto”, conclui.
Com informações da University of Missouri-Columbia.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.