Maioria dos refugiados somalis na Etiópia são crianças, afirma ONU

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirmou hoje (06/09) que crianças constituem a maioria dos refugiados somalis nos campos da Etiópia. Na área de Dollo Ado, 80% dos 121 mil refugiados são crianças e jovens com menos de 18 anos, enquanto no campo Kobe a proporção de crianças chega a 88,6% entre os mais de 25 mil refugiados.

Segundo o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, a maioria das famílias nos campos são chefiadas por mulheres com um grande número de crianças. As mulheres relataram a funcionários da agência que muitos homens permanecem na Somália por temerem ataques de grupos armados no caminho para os campos de refugiados. Além disso, muitos deles preferem permanecer em suas vilas para tentar proteger suas propriedades e cuidar daqueles que estão muito frágeis para viajar.

Edwards afirmou que é preocupante também o número de crianças separadas de suas famílias ou desacompanhadas – o número pode chegar a 2.500 crianças nos quatro campos da Etiópia. Ele disse que está sendo realizado um rastreamento nos campos em Dollo Ado para haver um maior entendimento da dimensão do problema e para determinar o que seria melhor para estas crianças.

Enquanto isso, o ACNUR continua fornecendo itens de emergência para as pessoas que têm recebido ajuda alimentar de outras agências em áreas atingidas pela epidemia de fome no sul da Somália. De acordo com o representante da agência no país, Bruno Geddo, é essencial que a ajuda seja distribuída em grandes quantidades e o mais rápido possível no interior da Somália, para manter o recente decréscimo no número de refugiados chegando à Etiópia e ao Quênia.