Doha, Catar, 26/5/2011 – As forças do Iêmen leais ao presidente Ali Abdullah Saleh enfrentaram opositores em uma batalha que deixou seis mortos, segundo fontes médicas. A violência do dia 23 na capital, Sana’a, ocorreu um dia depois de o mandatário ter recusado um acordo patrocinado pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) que propunha uma transição pacífica do poder.
Funcionários da área médica indicaram que pelo menos seis pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas depois que partidários do Sheikh Sadiq al-Ahmar, um poderoso líder tribal opositor ao governo, enfrentaram a polícia. “Houve disparos de armas pesadas e violentos confrontos entre forças do governo e os guardas de al-Ahmar”, disse uma testemunha.
Os combates despertaram mais dúvidas sobre a possibilidade de um final da crise, que já dura três meses, na qual manifestantes jovens, inspirados nos protestos que derrubaram os governos do Egito e da Tunísia, exigem que Saleh renuncie após permanecer 33 anos no poder. A agência estatal de notícias iemenita Saba informou que um dos feridos é jornalista, enquanto o canal estatal de televisão Al Yemen informou que mais de 200 repórteres ficaram presos no prédio da agência. Os testemunhos não puderam ser confirmados de forma independente, já que a área foi isolada pelas forças de segurança.
O governo acusa os seguidores de al-Ahmar de atirarem contra uma escola e o prédio da Saba. Por seu lado, o escritório de al-Ahmar acusou as forças do regime de abrirem fogo quando opositores os impediram de entrar em uma escola onde – segundo afirmavam – leais ao presidente armazenavam armas. O tiroteio, que destruiu as janelas dos escritórios da Saba, aconteceu depois do colapso de um acordo de transição que Saleh teria de ter assinado no dia 22, que lhe daria imunidade após deixar o poder.
Saleh rejeitou o acordo, patrocinado pelo CCG, pela terceira vez, um dia depois de a oposição tê-lo assinado. O acordo estabelecia o período de 30 dias para que deixasse o poder. Os enfrentamentos do dia seguinte ocorreram enquanto a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, acusava Saleh de não cumprir seus compromissos.
Hillary exortou Saleh a assinar o acordo para impedir que o Iêmen afunde completamente no caos, com um movimento separatista no Sul, uma rebelião armada no Norte e com a presença da rede terrorista Al Qaeda em pelo menos três províncias. A embaixada dos Estados Unidos no Iêmen fechou sua seção consular ao público no dia 22, devido à violência.
Enquanto isso, ao sul da capital, grupos leais ao presidente abriram fogo contra a sede do partido islâmico Islah, o maior integrante da coalizão opositora. Diante do tiroteio, leais ao regime mantiveram presos diplomatas ocidentais e árabes durante horas na embaixada dos Emirados Árabes Unidos, onde estava o secretário-geral do CCG, Abdullatif al-Zayani, que supervisionava os esforços de mediação, bem como o embaixador dos Estados Unidos e seus colegas de vários países europeus. O CCG é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar.
De fato, os mediadores foram impedidos de se dirigir ao palácio presidencial onde supunham que seria assinado o acordo de transição. Entretanto, tiveram de ser retirados de helicóptero. Depois, os países vizinhos do Golfo retiraram o plano de transição alegando “falta de condições”. Envolverde/IPS
* Publicado sob acordo com a Al Jazeera
Mais enfrentamentos e o presidente continua desafiador
Por correspondentes
Doha, Catar, 26/5/2011 – As forças do Iêmen leais ao presidente Ali Abdullah Saleh enfrentaram opositores em uma batalha que deixou seis mortos, segundo fontes médicas. A violência do dia 23 na capital, Sana’a, ocorreu um dia depois de o mandatário ter recusado um acordo patrocinado pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) que propunha uma transição pacífica do poder.
Funcionários da área médica indicaram que pelo menos seis pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas depois que partidários do Sheikh Sadiq al-Ahmar, um poderoso líder tribal opositor ao governo, enfrentaram a polícia. “Houve disparos de armas pesadas e violentos confrontos entre forças do governo e os guardas de al-Ahmar”, disse uma testemunha.
Os combates despertaram mais dúvidas sobre a possibilidade de um final da crise, que já dura três meses, na qual manifestantes jovens, inspirados nos protestos que derrubaram os governos do Egito e da Tunísia, exigem que Saleh renuncie após permanecer 33 anos no poder. A agência estatal de notícias iemenita Saba informou que um dos feridos é jornalista, enquanto o canal estatal de televisão Al Yemen informou que mais de 200 repórteres ficaram presos no prédio da agência. Os testemunhos não puderam ser confirmados de forma independente, já que a área foi isolada pelas forças de segurança.
O governo acusa os seguidores de al-Ahmar de atirarem contra uma escola e o prédio da Saba. Por seu lado, o escritório de al-Ahmar acusou as forças do regime de abrirem fogo quando opositores os impediram de entrar em uma escola onde – segundo afirmavam – leais ao presidente armazenavam armas. O tiroteio, que destruiu as janelas dos escritórios da Saba, aconteceu depois do colapso de um acordo de transição que Saleh teria de ter assinado no dia 22, que lhe daria imunidade após deixar o poder.
Saleh rejeitou o acordo, patrocinado pelo CCG, pela terceira vez, um dia depois de a oposição tê-lo assinado. O acordo estabelecia o período de 30 dias para que deixasse o poder. Os enfrentamentos do dia seguinte ocorreram enquanto a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, acusava Saleh de não cumprir seus compromissos.
Hillary exortou Saleh a assinar o acordo para impedir que o Iêmen afunde completamente no caos, com um movimento separatista no Sul, uma rebelião armada no Norte e com a presença da rede terrorista Al Qaeda em pelo menos três províncias. A embaixada dos Estados Unidos no Iêmen fechou sua seção consular ao público no dia 22, devido à violência.
Enquanto isso, ao sul da capital, grupos leais ao presidente abriram fogo contra a sede do partido islâmico Islah, o maior integrante da coalizão opositora. Diante do tiroteio, leais ao regime mantiveram presos diplomatas ocidentais e árabes durante horas na embaixada dos Emirados Árabes Unidos, onde estava o secretário-geral do CCG, Abdullatif al-Zayani, que supervisionava os esforços de mediação, bem como o embaixador dos Estados Unidos e seus colegas de vários países europeus. O CCG é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar.
De fato, os mediadores foram impedidos de se dirigir ao palácio presidencial onde supunham que seria assinado o acordo de transição. Entretanto, tiveram de ser retirados de helicóptero. Depois, os países vizinhos do Golfo retiraram o plano de transição alegando “falta de condições”. Envolverde/IPS
* Publicado sob acordo com a Al Jazeera