Movidos por uma série de fatores, que vão desde a influência das ondas começadas em prol da “comida de verdade” na França e na Inglaterra até os alertas para o avanço da epidemia de obesidade, passando pela mãozinha dada pela primeira-dama Michelle Obama à alimentação saudável, os americanos estão comendo melhor.
Nos últimos cinco anos, o país, que era o paraíso da comida processada, dos corantes, conservantes e adoçantes artificiais, está cada vez mais deixando a fast food de lado e comprando frutas, verduras e grãos. Dados do Departamento de Agricultura (USDA) mostram que hoje há mais de 6 mil pequenas mercearias abastecidas pelo produtor, os farmers markets. Em comparação com 1995, elas cresceram 250%. Só de 2009 para 2010, o aumento foi de 19%, chegando a um número equivalente a metade das lojas do McDonalds no país. Cada vez mais os pequenos produtores apostam na multicultura, em vez de lotear terrenos para grandes plantações de milho ou soja.
E na cidade, o povo não está apenas mais consciente sobre a maneira de se alimentar, mas está transformando esse conhecimento em demanda por ações concretas do governo. No ano passado, foi a pressão popular que conseguiu ressuscitar o Child Nutrition Act, uma lei para melhorar a alimentação nas escolas, e instituir o Food Safety Modernization Act, que pretende tornar os alimentos mais seguros. Além disso, eles hoje se aproveitam do poder como consumidores para exigir maior variedade de produtos naturais nos supermercados.
Programas como o Chefs Move to Schools e o Wellness in the Schools, incentivam a melhora da nutrição nas escolas e aposta na orientação dos país. E crescendo com comida saudável, as crianças tendem a replicar os bons hábitos em casa. Mudando lentamente velhos padrões e ensinando novas gerações, o povo norte-americano caminha para mudar o menu criado por ele mesmo.
(Com informações do The New York Times)
*Publicado originalmente no As Boas Novas