Município capixaba entra para o seleto grupo da coleta seletiva

Centro de reciclagem inaugurado em Linhares, no interior do Espírito Santo, amplia para nove o número de cidades que contam com coleta seletiva no Estado.

Atualizado em 29/05/2012 às 14:05, por Ana Maria.

Espaço da Central de Triagem. Foto: Ale Couto.

Centro de reciclagem inaugurado em Linhares, no interior do Espírito Santo, amplia para nove o número de cidades que contam com coleta seletiva no Estado.

A inauguração de um centro de reciclagem, no início do mês de maio, na cidade de Linhares, no interior do Estado do Espírito Santo, colocou o pequeno município, com cerca de 142 mil habitantes, no seleto grupo das cidades brasileiras que contam com um sistema de coleta seletiva organizado. Apesar de a sustentabilidade ser uma palavra que parece ter conquistado seu espaço no vocabulário nacional e da filosofia dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) estar cada vez mais disseminada, os cidadãos esbarram na falta de infraestrutura. Segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), apenas 443 municípios, de um total de mais de cinco mil existentes no Brasil, desenvolvem algum tipo de projeto de gestão de resíduos voltada à reciclagem. No Estado capixaba esse número se reduz a nove cidades, incluindo a novata Linhares.

Batizado de C.R.I.A.R. (Centro de Reciclagem, Inovação, Aprendizagem e Renovação), o Centro é fruto de um esforço conjunto das iniciativas pública e privada. A empresa Sucos Mais, do grupo SABB Coca-Cola, que possui uma fábrica na cidade, dividiu com a prefeitura do município e o governo do Estado a responsabilidade de implantar o sistema de coleta. O investimento da empresa passou de R$ 200 mil, que foram destinados principalmente para a compra do maquinário que existe no Centro. Segundo Fabiano Rangel, gerente de sustentabilidade da SABB Coca-Cola, a alta tecnologia dos equipamentos facilita muito a atuação dos 30 catadores que trabalham no local inicialmente. “A esteira é mecanizada. Por isto, é possível controlar o tempo de passagem dos resíduos, proporcionando uma maior produtividade”.

O centro tem capacidade para processar mensalmente 160 toneladas de resíduos, o que corresponde a 4% do total de lixo reciclável produzido na cidade. Apesar de o número parecer baixo, Fabiano afirma que este é apenas um começo. “É um projeto piloto. Vamos atuar em parceria com uma organização não governamental, que vai capacitar os catadores e ensiná-los a trabalhar em sistema de cooperativa. A ideia é que eles consigam, por conta própria, multiplicar a iniciativa”.

A melhoria na qualidade de vida dos catadores, que passarão a ter um local estruturado para realizar o seu trabalho, também é apontada como um ponto positivo do projeto. A catadora Pedrolina Nunes, de 55 anos e que trabalha há cerca de 25 nas ruas, demonstra empolgação com a nova rotina. “Vai melhorar. Vamos ficar na sombra e não vamos cansar muito. É muito cansativo trabalhar puxando o carrinho. Espero que seja bom. Vai ter que ter horário, mas para mim não tem problema!”.

Dois caminhões da Vital Engenharia Ambiental recolherão o material reciclável que será entregue pela população e por catadores que ainda não fazem parte do projeto, em Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), distribuídos estrategicamente pelo município. A princípio serão três locais, mas a expectativa da prefeitura é de ampliação desse número em breve. O aluguel do galpão, que possui cerca de três mil metros quadrados, será mantido pela prefeitura por 24 meses. Após essa data, os idealizadores do projeto esperam que o centro se autossustente e seja capaz de arcar com o custo mensal da locação, de R$ 6 mil. (Envolverde)

Assista aqui o vídeo institucional do projeto:


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