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Negócios sustentáveis: um novo jeito de mudar

Mudar o jeito como as pessoas fazem as suas mudanças de residência é a ideia de um consultor de marketing que montou uma empresa de locação de caixas plásticas

A escassez de recursos provocada pelo consumismo desenfreado e o aumento da poluição e de resíduos descartados no ambiente, também decorrentes do mesmo quadro de desenvolvimento insustentável que a população mundial pintou nas últimas décadas, são notícias não muito agradáveis para a maioria das pessoas. Contudo, como diz a milenar sabedoria chinesa, crise e oportunidade andam juntas. Os antigos sabiam o que estavam fazendo quando determinaram que as duas palavras fossem descritas pelo mesmo ideograma. Muitas ideias de novos negócios têm surgido nesse cenário limítrofe.

O consultor de marketing, Sérgio Viriato, é o dono de uma destas iniciativas. Com inspiração em experiências realizadas em outros países, ele criou no Brasil uma empresa que aluga caixas plásticas para mudanças. “Numa busca na web sobre sustentabilidade, achei uma empresa que lançou este serviço nos Estados Unidos, em 2008. Os dados apresentados sobre o dano causado pelo uso de caixas de papelão para mudanças me surpreenderam. Quando calculei o impacto no mercado brasileiro – mais de dois bilhões de litros de água, 350 mil megawatts de energia, 630 mil árvores, tudo isso consumido anualmente só para fabricar caixas para serem usadas por dois dias, resolvi trazer o negócio para cá”, explicou Sérgio, que iniciou as operações da Mude Verde há pouco mais de um mês.

A ideia é simples. A pessoa que vai fazer a mudança calcula quantas caixas serão necessárias e a empresa aluga o material. As caixas são entregues no local e retiradas no novo endereço algum tempo depois. Segundo Sérgio, além de ser uma prática mais sustentável, o custo é mais baixo do que comprar caixas de papelão para acomodar os pertences. “Alugar nossas caixas é mais barato do que adquirir caixas de papelão de mudança. Você ganha tempo, deixa de comprar itens como fitas adesivas para montar caixas de papelão, reduz a quantidade e gasta menos espaço no caminhão e menos tempo de carga e descarga. Todas estas vantagens se traduzem em um menor custo que você pode negociar com a empresa de mudança”, propagandeia ele.

As caixas têm um tempo de vida médio de dez anos. Após esse período, Sergio explica que elas podem ser enviadas para a reciclagem. “Elas se tornam matéria-prima para novas caixas”, enfatiza.

A expectativa do empresário é que seu negócio cresça rapidamente. Ele diz já pensar “até em franquias”. Sobre a ideia, ele afirma: “É um negócio web, sustentável, que resolve um problema real das pessoas”. (Envolverde)