Países da região investem 5% do PIB em educação, ficando atrás somente da Europa e América do Norte, com 5,3%.
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) o número de crianças frequentando a escola na África Subsaariana nunca foi maior.
Os governos destes países aumentaram seus gastos reais em educação em mais de 6% todo ano, durante a última década. Apesar dos avanços, muitas deles ainda estão longe de prover ensino primário de qualidade para suas crianças.
Resultados
O aumento dos gastos trouxe resultados “espetaculares”, de acordo com a Unesco. A diretora-geral da organização, Irina Bokova, disse que o relatório mostra claramente o comprometimento das nações africanas em atingir a educação universal.
Entre 2000 e 2008, o acesso ao ensino primário aumentou em 48%, de 87 para 129 milhões de estudantes. O número de matrículas em níveis pré-primário, secundário e terciário subiu mais de 60% no mesmo período.
PIB
Em média, os governos destes países dedicam 18% dos gastos públicos à educação. Da mesma forma, 5% do Produto Interno Bruto é investido no setor. A porcentagem coloca a região atrás apenas da Europa e América do Norte, com 5,3%.
Acreditava-se que o investimento havia sido usado para permitir o fim das taxas cobradas no ensino primário, o que aumentou drasticamente o número de alunos inscritos, mas também superlotou as salas de aula. No entanto, o relatório provou que os governos foram além, aumentando não somente o acesso, mas a qualidade do ensino.
Desafios
Apesar dos avanços, ainda há desafios importantes na região. Em um terço dos países, metade das crianças não completam a educação primária, e 32 milhões em idade escolar não frequentam colégios.
Segundo o relatório, há problemas também de equidade. Para a Unesco, os governos deveriam considerar transferir recursos alocados no ensino superior para o primário. Na região, quase 80% dos gastos com a educação universitária são subsidiados pelo Estado. No entanto, ainda há muitas crianças fora das escolas.
Financiadores
O maior financiador privado na região são as próprias famílias dos estudantes, que cobrem 30% dos custos do ensino primário. Outra importante fonte de recursos é a comunidade internacional, que investiu US$ 2,6 bilhões, pouco mais de R$ 4 bilhões, na educação em 2008.
O relatório “Financiando a Educação na África Subsaariana: Enfrentando os Desafios da Expansão, Equidade e Qualidade” analisou 45 países.
* Publicado originalmente no site da Rádio ONU.