Empresas de publicidade móvel terão de acabar com práticas que possam confundir ou irritar os usuários de celulares
Todo mundo detesta anúncios digitais. Ainda assim eles bancam os aplicativos gratuitos que todos adoram baixar. Não surpreende portanto, que empresas engenhosas estejam entocando-os em lugares inesperados. E é por isso que, em 12 de julho, o Departamento de Comércio Norte-Americano realizará uma reunião coletiva em Washington, D.C., para discutir esse e outros aspectos da privacidade móvel. À medida que smartphones e tablets capturam mais e mais olhares, empresas de anúncios digitais tais como a AdMob, pela qual o Google pagou US$ 750 milhões em 2010, estão cada vez mais cotadas. Mas o setor agora tem porte o suficiente para atrair os reguladores.
A Lookout, uma empresa de segurança móvel, analisou o ecossistema do Android o Google e detectou dez fornecedores de anúncios, incluindo a Moolah Media e a LeadBolt, que usam uma ou mais estratégias de monetização consideras “agressivas” pela empresa. Estas incluem fazer com que anúncios apareçam fora de aplicativos (por exemplo, na barra de notificações em geral reservada para as mensagens de texto do usuário); alterar as telas de fundo dos dispositivos e navegadores de modo que, entre outras coisas, apareçam novos ícones que exibem anúncios ao receberem um clique; e acessar informações pessoais sem dar um aviso claro. Tais práticas podem confundir e irritar os usuários de celulares. Elas são comuns em aplicativos que permitem que a pessoa customize o seu telefone com papéis de parede digitais, e em jogos simples.
“O mundo da publicidade digital é o velho oeste”, afirma Ran Avidan, cofundador da Startapp, uma rede de agência de publicidade móvel sediada em Israel que também está na lista da Lookout. A Startapp está se esforçando para tornar claras as suas próprias normas, mas Avidan teme que o governo possa acabar ditando regras para o setor. A fim de evitar isso, as empresas de publicidade móvel terão de agir rápido.
* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.