O bar pode ser um santo medicamento
Existem mais de 20 mil bares na cidade de São Paulo. Independente do bairro, esses estabelecimentos são um dos mais definitivos patrimônios desta metrópole. Para diferentes públicos, gastos, bolsos e finalidades, os botecos superam, com folga, o número de farmácias, por exemplo.
Existem mais de 20 mil bares na cidade de São Paulo. Independente do bairro, esses estabelecimentos são um dos mais definitivos patrimônios desta metrópole. Para diferentes públicos, gastos, bolsos e finalidades, os botecos superam, com folga, o número de farmácias, por exemplo.
Para alguns o bar é mesmo um santo medicamento, menos pelo que comercializa, em grande parte “commodities”, e mais pelos vínculos que os frequentadores fazem com quem é o manda chuva do negócio e com o povo que por lá circula. Para determinadas dores de cabeça, uma boa caipirinha e uns dois dedos de prosa, podem evitar uma consulta ao clínico geral.
Em zonas residenciais o boteco, quase sempre, desempenha uma função de ponto de encontro, uma espécie de “consultório” para aqueles fregueses mais amargurados, Quando a amizade está instaurada, os mais amargurados usam o balcão ou uma mesa para “curtir” as dores ou as angústias da realidade. Mas em muitas situações, o boteco é o palco perfeito para dividir as alegrias da vida.
De uns tempos para cá, muitos bares se transformaram em sala de espetáculo, por conta das TVs de tela plana instaladas, as quais transmitem as “principais” atrações de entretenimento e de informação. Telejornais, novelas e futebol são os programas mais assistidos por marmanjos, gênero que representa a maioria dos frequentadores.
Já em bairros como Vila Madalena, Vila Mariana, Vila Olímpia, Itaim Bibi, Pinheiros, e outros semelhantes, as casas costumam ser mais caprichadas, e parte delas têm conceito de design arquitetônico aplicado nas instalações. Muitas não duram uma temporada e os vínculos nem sempre florescem. Não obstante a essas diferenças, os aparelhos de televisão, eletrodoméstico fundamental em época de Copa do Mundo de Futebol, também são itens de primeira necessidade nesses lugares.
Ser proprietário ou proprietária de bar é para quem tem talento, tino comercial e um excelente padrão de atendimento e de serviços. E como em qualquer negócio, um tanto de sorte ajuda e faz bem. Aproveito, então, para destacar alguns dos meus preferidos: Piratininga, Tubaína, Cosmorama, Balcão, BH, Dois Irmãos, Jacaré, Pirajá, Benjamim, Amigo Leal, Sujinho, Original, Brahma, Sacha, Tribunal, Valadares e Canto Madalena. Que tal você fazer a sua lista também? Por aqui, fico. Até a próxima.
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.




