“O Brasil é de todos nós”

Foto: Elza Fiúza/ABr/ Fotos Pública
Foto: Elza Fiúza/ABr/ Fotos Pública

Uma chuva de números e de percentuais são um dos aspectos que revelaram os resultados da disputa para presidente, que levou Dilma e Aécio para o segundo turno.

Observando esses dados com lupa, as equipes dos dois postulantes ao cargo político mais importante do País analisam e pensam estratégias para reverter ou minimizar situações negativas que permitam a uma candidatura ser vencedora no segundo turno.

Independente de quem assumirá a presidência em janeiro de 2015, receberá um Brasil dividido. Mas isso não é novidade, porque o que somos hoje é resultante de um modelo de desenvolvimento que vem sendo construído ao longo dos tempos, e sob a receita de capitalismo que concentra riquezas, alimenta, no mínimo, enormes desigualdades sociais, e tantas outras degradações ambientais.

Somos uma nação em que poucas famílias detêm grandes parcelas de poder e de recursos financeiros. E essa característica está presente em todas as regiões, não importando os tamanhos das cidades. Trata-se de uma lógica replicada em certos setores, sejam eles públicos ou privados.

Um exemplo clássico é o da família Sarney, que é proprietária de quase tudo no Maranhão, um dos estados mais desiguais e miseráveis do Brasil. Ainda na esfera política, não são poucos os vencedores dessas eleições que “herdaram” de familiares a “vocação sincera” de servirem a população,  principalmente aos mais necessitados.

A esperança é que algumas mudanças estão ocorrendo, como demonstra, por exemplo, a vitória de Flávio Dino, do PC do B, para o governo maranhense. Com o slogan “O Maranhão é de todos nós”, o novo governador teve o apoio de 63,52% da população, e deverá usar dessa força conquistada nas urnas para cumprir um mandato democrático e que, de fato, beneficie a todos.

Voltando ao segundo turno das eleições para presidente, plagio o slogan de Flávio Dino, “O Brasil é de todos nós”, e acrescento o da atual gestão: “País rico é país sem pobreza”. Sinteticamente, esses são dois dos principais desafios a serem superados por qualquer presidente e, por cada cidadã e cidadão, que defenda uma nação mais justa e mais digna para todos, e não apenas para alguns.  Até a próxima.

* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.