
Dados do último ranking de MBAs da Economist mostram que a atratividade da Europa está em queda. A culpa é da economia fraca e da imprudente política de vistos britânica.
Em um passado não muito distante, estudantes de administração se dirigiam em massa para a Europa. Comparadas às suas similares americanas, as faculdades de administração europeias eram mais baratas e seu corpo discente mais diverso, duas características atraentes – e os salários dos alunos formados em MBA europeus também costumavam ser mais altos. Parte dessa atratividade permanece imaculada, mas ela já não é o bastante para atrair multidões. Dados do último ranking da Economist de MBAs integrais sugerem que o apelo da educação empresarial do Velho Mundo entrou em uma fase de rápido declínio.
O número de alunos de muitos dos mais destacados programas de MBA integrais da Europa despencou. As matrículas no MBA da Aston Business School, por exemplo, caíram em mais de 50% no último ano acadêmico, de 129 para 59 estudantes. A maior queda sem dúvida foi a de estudantes asiáticos. Algumas faculdades menores têm feito esforços desesperados para conseguir os 30 estudantes que alguns rankings de MBA consideram o mínimo para que o curso tenha uma boa reputação.
Uma razão óbvia que explica a distância dos estudantes é a situação ruim da economia. Os MBAs podem parecer um bom modo de evitar uma breve crise, mas perdem sua atratividade ao longo de crises mais longas. Sem nenhuma recuperação da geração de empregos europeus em vista, ir para o continente fazer um MBA soa como um ato de teimosia extrema.
O declínio europeu também reflete um problema específico para o público mais importante do mercado de MBAs. O tamanho médio das turmas dos programas de MBA britânicos classificados pela Economist diminuiu em 11% ao longo do ano passado. As escolas culpam os novos requerimentos impostos para vistos para estudantes que não são da União Europeia. Os alunos que se formavam tinham o direito automático de permanecer e trabalhar no país por dois anos. Agora é necessário encontrar uma empresa que ofereça um emprego com um salário anual de pelo menos (US$ 32.000). O número de vistos disponíveis para estudantes que desejam abrir suas próprias empresas também está minguando.
O fato de que as faculdades europeias estão passando por dificuldades é especialmente frustrante porque os EUA também restringiram as oportunidades de trabalho para estudantes que querem trabalhar no país após a graduação, o que ofereceu uma oportunidade extra para os europeus. Tudo isso deveria ter induzido os estudantes de países mais pobres a se matricularem em faculdades europeias.
Em vez disso, os países que estão se beneficiando graças às portas fechadas e altos custos americanos são o Canadá e a Austrália.
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* Publicado originalmente na The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.