O drama econômico das refinarias

Queda na demanda por petróleo deixou o setor com uma enorme capacidade ociosa. Foto: Reprodução/Internet.

Dias mais duros estão no horizonte para o setor em ambos os lados do Atlântico

Os produtores de petróleo podem não estar contentes com o fato de que os preços da matéria prima estão muito abaixo dos picos recentes. Para as refinarias, os preços atuais oferecem um alívio após um longo período de resultados negativos. Na Europa, as margens para transformar petróleo em combustível estão em “níveis baixíssimos”, de acordo com o banco UBS. O preço que as refinarias pagam por petróleo tem caído mesmo enquanto a gasolina e o diesel continuam caros.

Elas devem aproveitar enquanto podem. O setor de refino é, há muito tempo, um negócio infeliz. Nos anos 70, as empresas de petróleo achavam que a sede do mundo por combustíveis para abastecer carros grandes subiria para sempre, e construíram refinarias para atender a essas expectativas. Contudo, a demanda por petróleo no mundo rico atingiu um pico e está caindo, deixando o setor com uma enorme capacidade ociosa.

Ao mesmo tempo, a competição do Oriente Médio, da China e da Índia está se intensificando. Suas grandes e modernas refinarias têm um desempenho melhor do que suas primas nos Estados Unidos e na Europa, apesar de muitos investimentos terem sido feitos para aprimorá-las nos últimos anos. Combustível refinado pode ser transportado ao redor do mundo tão bem como o petróleo cru – e o comércio internacional desse tem aumentado constantemente.

Contudo, a demanda por petróleo está caindo em ambos os lados do Atlântico: motoristas estão dirigindo menos, comprando mais carros com um baixo consumo de combustível e, na Europa, passando a dirigir veículos movidos a diesel. Melhorias em oleodutos farão com que as refinarias ao longo do Golfo do México possam bombear o seu petróleo excedente para o norte, diminuindo as importações europeias.

As refinarias europeias não podem passar a produzir mais diesel facilmente. Isso, pelo menos, dará mais escopo para que as refinarias americanas exportem o seu diesel excedente. Ainda assim, isso não compensará a demanda decrescente por petróleo. O alívio que o petróleo cru mais barato deu às refinarias não deve durar muito, de modo que mais falências e fechamentos são esperados no setor.

* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.