O próxima sábado 30 será o primeiro dia em que o mundo voltará os olhos para o Brasil por conta da Copa do Mundo 2014. A Marina da Glória, no Rio de Janeiro, será palco do sorteio para as eliminatórias do Mundial, às 15 horas, com a presença dos chefões da Fifa e do governo brasileiro.
O mesmo sábado também será o dia em que Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê Organizador da Copa, ficará com as orelhas bem vermelhas. Às 10 da manhã, o Largo do Machado, também no Rio, será palco da concentração para a a “Marcha contra Ricardo Teixeira”, que tem início na região central carioca para chegar à Marina da Glória na hora do sorteio.
O protesto foi idealizado por uma organização intitulada Frente Nacional dos Torcedores (FNT), um grupo de pessoas de diversas aéreas que se reuniram para discutir a condição do futebol brasileiro a partir da internet. Segundo o presidente da Frente, o advogado João Hermínio Marques, a ideia partiu após a entrevista do presidente da CBF à revista Piauí. “O perfil dele (na publicação) mostra um sujeito inescrupuloso e arrogante. Se houvesse denúncias contra mim na imprensa, eu iria querer resolvê-las, mesmo que fossem falsas. Não iria dizer que estou ‘cagando’ para elas, como ele fez”, diz.
Como já é praxe, o protesto ganhou dimensão na internet. A FNT organizou uma ação no Twitter chamada por eles de Mega Twitaço, na qual a rede social foi bombardeada com tags como #ForaRicardoTeixeira, #caiforaricardoteixeira e outros. À meia-noite desta quinta-feira, foi lançado o site Fora Ricardo Teixeira .
O #ForaRicardoTeixeira já repercute no exterior. Parte dos jornalistas internacionais que cobrirão o sorteio para a Copa também vai acompanhar os protestos. O Movimento Change Fifa, que começou na Inglaterra e tem angariado adeptos pelo mundo com o objetivo de pressionar por mudanças na entidade que comanda o futebol no mundo, já apoiou o movimento.
Ricardo Teixeira é, no momento, um dos homens mais importantes do Brasil. Além de presidir a entidade que comanda o futebol brasileiro desde 1989, pegou a organização da Copa do Mundo para si ao colocar-se como presidente do Comitê Organizador Local (COL). Mais que isso, recheou a entidade que responde pelo Mundial com pessoas próximas: sua filha, Joana Havelange, é a diretora-executiva, seu assessor de imprensa Rodrigo Paiva atua como diretor de comunicação, seu advogado Francisco Müssnich responde pela direção jurídica e Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e administrador dos bens pessoais de Teixeira, é o diretor financeiro.
São Paulo é a próxima cidade a ter protestos contra Ricardo Teixeira. A marcha paulistana está prevista para 13 de agosto no vão do Masp, na Avenida Paulista.
* Publicado originalmente no site da revista Carta Capital.