O incerto futuro do setor de mineração do Chile

  O setor de mineração enriqueceu o Chile, mas o seu futuro é precário. O cobre foi uma dádiva para o Chile. O minério é responsável por 20% do PIB e 60% das exportações.

Atualizado em 02/05/2013 às 11:05, por Ana Maria.

 

O futuro do cobre chileno depende da economia chinesa

O setor de mineração enriqueceu o Chile, mas o seu futuro é precário.

O cobre foi uma dádiva para o Chile. O minério é responsável por 20% do PIB e 60% das exportações. Graças a ele, a economia chilena cresce a praticamente 6% ao ano, com níveis de inflação e desemprego de causar inveja. A taxa de pobreza despencou e os serviços públicos, em geral, funcionam. O Chile tem outros pontos fortes, tal como agricultura, turismo e até tecnologia. Mas pequenas mudanças no preço do cobre se tornam manchetes. No total, o Chile produz um terço de todo o cobre do mundo.

A demanda por cobre explodiu desde que a população rural chinesa começou a se mudar para as cidades. Os migrantes precisam de casas com fios e tubulações de cobre. Mercados emergentes estão consumindo altas quantidades de cobre, que é empregado em pontes, carros, geladeiras e praticamente tudo que usa eletricidade. A desaceleração recente da China fez com que o preço do cobre caísse 15% desde o início do ano, mas este ainda éalto.

As minas do Chile estão envelhecendo. Quando a mina Escondida começou a produzir em 1991, o minério chileno tinha um teor de cobre médio de 1,4%. Agora esse nível se encontra pouco acima de 1%. Em 2025 essenível terá caído para 0,7%. Ademais, os salários chilenos são altos, e os trabalhadores conseguem fazer greves com rapidez. A energia também é cara eprovavelmente se tornará ainda mais custosa. O Chile tem poucas fontes domésticas além das usinas hidrelétricas, e suas represas não ficam nem um pouco próximas de suas minas.

Mas não há dúvida de que a maior ameaça ao boom do cobre chileno vem da China. Se a economia do país que consome 40% do cobre mundial se desacelerar mais ainda, o preço do metal cairá mais uma vez.

* Publicado originalmente na The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.


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