O índice Big Mac avalia o verão de 2007, início da crise que atingiu os Estados Unidos e a Europa.
Desta vez, o índice Big Mac da revista The Economist nos dá uma visão das mudanças ocorridas no mercado monetário desde o verão de 2007. O índice é baseado na teoria da paridade do poder de compra, que diz que as taxas de câmbio devem realizar ajustes para manter o preço da cesta básica igual em todos os países. Nossa cesta contém apenas um item: o hambúrguer Big Mac.
O índice é feito a partir do cálculo da taxa de câmbio que levaria o Big Mac a custar o mesmo preço em todos os países. Por exemplo: de acordo com a taxa de câmbio atual, um Big Mac vendido por US$ 4,33 nos Estados Unidos custa apenas US$ 2,33 (75 rublos) na Rússia. Já no Brasil, o hambúrguer é vendido a US$ 5 (R$ 10). Logo, o dólar compra muito mais hambúrguer na Rússia, o que significa que o rublo é barato e o real é um pouco mais caro.
Aconteceram algumas mudanças de grande porte na moeda local dos países desde os primeiros rumores da crise. O bolívar venezuelano supervalorizou de 1% para 83%, graças à alta inflação e à paridade cambial mantida com o dólar, que está criando um desequilíbrio crescente no comércio com os Estados Unidos. O dólar australiano passou de uma desvalorização de 14% para uma supervalorização de 8%.
No início da crise, os capitalizados bancos australianos promoveram uma notável reestruturação. Mais recentemente, a moeda se beneficiou com o aumento no preço das commodities e as fortes exportações para a China. Ao contrário do pound inglês, que está desvalorizado: a indústria financeira britânica e grande parte da economia mundial foram o epicentro da recente agitação (o pound teve uma queda significativa em 2008) e seu maior mercado de exportação, a zona do euro, está em grande desordem.
* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.