Ocidente está vencendo a guerra econômica contra o regime iraniano

Espiral decrescente em que o Irã se encontra comprova que o Ocidente está no caminho da vitória. Durante uma entrevista à uma rede de televisão na semana passada, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez uma afirmação incisiva. Segundo o presidente, o Ocidente declarou “guerra econômica” contra o seu país.

Atualizado em 09/10/2012 às 13:10, por Ana Maria.

População iraniana paga o preço da disputa entre EUA e Irã. Foto: Reprodução/Internet

Espiral decrescente em que o Irã se encontra comprova que o Ocidente está no caminho da vitória.

Durante uma entrevista à uma rede de televisão na semana passada, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez uma afirmação incisiva. Segundo o presidente, o Ocidente declarou “guerra econômica” contra o seu país. Ahmadinejad está certo, e a espiral decrescente em que o país se encontra comprova que o Ocidente está no caminho da vitória.

O desemprego no Irã está muito acima dos 12% declarados oficialmente e o país vem perdendo suas reservas cambiais de forma hemorrágica. Mas, as sanções impostas parecem não amedrontar o governo de Teerã. No último outubro, 2, fontes do governo disseram que, caso as negociações falhem, o governo está disposto a aumentar o enriquecimento de urânio de 20% para 60%, aproximando-se assim dos 90% necessários para a construção de armas nucleares.

Apesar do discurso do governo, a verdadeira prova do impacto das sanções está fora de Teerã. Uma onda de greves e manifestações assola o país, mostrando o descontentamento da população com os rumos do governo. Ahmadinejad também vem criando cada vez mais desafetos políticos. O porta-voz do Parlamento iraniano, Ali Larijani, acusou Ahmadinejad de ser responsável por 80% das dificuldades econômicas do país. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, disse que não pode permitir que a população continue a ser punida pelo sonho nuclear de Ahmadinejad.

Liderado pelos Estados Unidos e União Europeia, o Ocidente se prepara para ampliar as sanções, mirando não só o petróleo, mas todo o setor energético iraniano, dificultando a entrada de qualquer bem não-humanitário no país e reduzindo ainda mais as suas reservas cambiais. Com isso a inflação — tão estarrecedora que tornou a carne um produto de luxo –deverá aumentar ainda mais.

Embora alegue que sua meta não seja prejudicar os iranianos, a verdade é que esta posição agressiva prova que os EUA estão dispostos a fazer o Irã escolher entre o enriquecimento de urânio e o bem-estar de sua população.

* Publicado originalmente no Bloomberg e retirado do site Opinião e Notícia.


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