As Nações Unidas pediram na sexta-feira (29/07) mais 1,4 bilhão de dólares para salvar a vida de cerca de 12 milhões de pessoas atingidas por uma seca terrível no Chifre da África, para que a crise não se transforme em uma “catástrofe ainda maior”. O pedido de hoje eleva o apelo para a região para um total de 2,4 bilhões de dólares, dos quais somente um bilhão foi recebido até o momento.
“Mais de 12 milhões de pessoas – no Quênia, Etiópia, Somália e Djibuti -estão precisando urgentemente de ajuda, e a situação está piorando”, disse Valerie Amos, Coordenadora de Emergência da ONU e do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que emitiu o apelo. “Se queremos evitar esta crise se torne uma catástrofe ainda maior, devemos agir agora.”
Relatórios do OCHA informam que, impulsionados pela pior seca em 60 anos, cerca de 1.300 novos refugiados somalis chegam ao Quênia diariamente, centenas fogem para a Etiópia e pelo menos mil vão para a capital, Mogadíscio, fugindo não só da seca, mas também da luta entre o Governo e as forças rebeldes.
Diversas agências da ONU já se encontram na região. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou hoje que seu transporte aéreo de emergência estava levando toneladas de alimentos nutritivos para crianças desnutridas em Mogadíscio e outros alimentos para o sul da Somália, além de continuar alimentando mais de 1,6 milhão de pessoas no Quênia.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) disse que seis vôos e dois navios já entregaram mais de 653 toneladas de mistura de milho de soja, e cerca de 230 toneladas de alimentos terapêuticos para o tratamento de crianças gravemente desnutridas. O UNICEF também está construindo uma rede de distribuição de alimentos que já apoia 500 centros de nutrição no sul da Somália.
Por outro lado, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), informou que estava trabalhando para acomodar cerca de 3.000 pessoas que chegaram desde segunda-feira a Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo.
A emergência deverá persistir por pelo menos três meses, e o número de pessoas precisando de assistência humanitária poderá aumentar em até 25%, disse o OCHA.
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.