Reduzir a dependência que os países em desenvolvimento têm de ajuda humanitária é o principal objetivo da Pesquisa Econômica Social Mundial 2012, elaborada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e divulgada na segunda-feira, 9 de julho, na qual o organismo internacional propõe uma série de taxas, que podem arrecadar até US$ 400 bilhões por ano para a cooperação mundial.
Mesmo em meio à crise econômica, entre os projetos estão um imposto sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) em países desenvolvidos; uma pequena taxação sobre transações monetárias e a participação no porcentual recolhido sobre operações financeiras da União Europeia – algo em torno de US$ 250 bilhões.
“Os países doadores têm reduzido a pequenas quantias suas contribuições e a assistência para o desenvolvimento teve um declínio no último ano por causa dos cortes de orçamento, causando uma queda de US$ 167 bilhões”, justificou ao Estadão Rob Vos, que liderou o estudo.
Outras taxas que poderiam ser criadas, de acordo com o estudo, dizem respeito a transações financeiras (US$ 75 bilhões), tráfego aéreo (US$ 10 bilhões) e também sobre as operações com as quatro principais moedas – dólar americano, euro, yen e libra esterlina. A taxação sobre essas moedas, por exemplo, seria de apenas 0,005%, podendo render US$ 40 bilhões em benefício da cooperação internacional.
Difícil vai ser convencer os países ricos a contribuírem com tal empreitada, uma vez que a crise financeira foi o principal motivo alegado por eles na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), em junho, para que deixassem de se comprometer com metas concretas e vinculativas (de cumprimento obrigatório).
* Publicado originalmente no site EcoD.