Na opinião de Ricardo Tortorella, diretor técnico do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em São Paulo, o Brasil pode se tornar um dos maiores produtores de orgânicos e ser a porta de entrada desses produtos, uma vez que a situação econômica brasileira é confortável e o grau de amadurecimento do consumidor indica que cada vez mais a população vai buscar qualidade na alimentação.
“O mercado orgânico está deixando de ser um nicho para ser um dos grandes mercados no país”, destacou Tortorella à Agência Sebrae de Notícias. Opinião semelhante tem o gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae, Enio Queijada Souza, para quem o produto orgânico é cada vez mais um negócio e menos um movimento. “Precisamos ficar atentos aos valores que diferenciam a cadeia dos orgânicos dos demais agronegócios, como o cooperativismo e a solidariedade”, defendeu.
Agricultura convencional
Para Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a agricultura orgânica é uma alternativa para a produção de alimentos de toda a humanidade. Segundo ele, a dependência da agricultura tradicional de insumos importados é um alerta para a sociedade.
“Se pensarmos que 70% dos fertilizantes utilizados pela agricultura tradicional no Brasil são importados, vemos a nossa dependência do mercado externo. Se acontecer alguma coisa com esses insumos, não teremos como produzir”, argumentou o coordenador, que participou da Bio Brazil Fair e Natural Tech 2011 – feira de orgânicos e produtos naturais, realizada em São Paulo até dia 24 de julho.
O Sebrae apoia, na carteira de Agroecologia, 31 projetos em 18 Estados brasileiros, envolvendo 203 municípios e 43 parceiros. Segundo a instituição, no total, foram beneficiados direta e indiretamente 22 mil empreendedores. Ao todo já foram investidos R$ 15 milhões, sendo R$ 10 milhões do Sebrae e R$ 5 milhões de parceiros.
* Publicado originalmente no site EcoD.