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Paz com hutis deve ser genuína

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 9/10/2015 – A notícia de que os rebeldes hutis, no Iêmen, aceitaram um plano de paz promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) é bem-vinda, ainda que surpreendente, diz o jornal The National, dos Emirados Árabes Unidos. “Segundo a BBC, que alega ter visto uma cópia da carta, o grupo rebelde escreveu à ONU se comprometendo a aderir a um acordo de paz sob o qual se retiraria das cidades ocupadas”, afirma o diário.

“Se fizer isso poderia preparar o caminho para o fim da guerra. O presidente do Iêmen, Abdrabu Mansur Hadi, havia insistido em que o grupo aceitasse o princípio de se retirar das cidades iemenitas antes de participar das negociações de paz”, prosseguiu o The National. “No mesmo dia em que a BBC informou sobre a carta dos hutis, a rede de televisão Al Arabiya informou que uma delegação desse grupo havia chegado a Teerã para solicitar mais armas. Esse duplo discurso é precisamente o que vimos anteriormente”, ressaltou o jornal.

“Os Emirados e a coalizão liderada pela Arábia Saudita querem que prevaleça a paz, a estabilidade e a segurança no Iêmen. Mas queremos que seja genuína e duradoura. O Iêmen pagou um preço alto pela insurgência huti. O plano de transição foi totalmente desbaratado, e o Iêmen ficou destroçado. Foi uma guerra brutal e afetou cada habitante do país”, prossegue o editorial.

“Por isso, é essencial que os hutis tomem medidas genuínas para a paz. Um primeiro passo seria retirar seus combatentes das cidades, por exemplo, de Taz”, disse o jornal. “Os hutis começaram esta guerra e devem ganhar a confiança da coalizão e convencê-la de que querem a paz. Os povos do Iêmen, dos Emirados e da Arábia Saudita deram muito para algo que não seja uma paz genuína”, concluiu. Envolverde/IPS