A Amazônia enfrentou o que seria a seca do século em 2005 e apenas cinco anos depois passou por outra que talvez tenha sido ainda pior. Nos Estados Unidos, mais de 220 pessoas perderam a vida em 2011 por causa de uma série de tornados com uma intensidade fora do comum. No Reino Unido, o mês de abril deste ano foi o mais quente desde 1659, com um nível de chuvas 52% menor que o normal.
Cientistas sempre foram relutantes em afirmar que existe uma ligação entre todos esses fenômenos extremos, porém, diante da recorrência das anormalidades, mais e mais pesquisadores tendem a defender que o planeta está sem dúvida passando por transformações ligadas às mudanças climáticas.
Para tentar de uma vez por todas provar se os fenômenos climáticos extremos ao redor do mundo estão relacionados, grandes centros de pesquisa internacionais se uniram para formar uma coalização batizada de Attribution of Climate-Related Events.
Entre as entidades que formam a coalizão estão o Met Office do Reino Unido, o US National Centre for Atmospheric Research (NCAR) e a US National Oceanic and Atmospheric Organisation (NOAA).
Os cientistas já estão preparando um relatório que deve apontar ao menos qual a probabilidade de que todos esses eventos climáticos sejam mesmo resultantes do aquecimento global.
“Existem fortes evidências de que estamos vivendo um período de aumento da frequência e intensidade das ondas de calor, enchentes, secas e outros fenômenos. Observando dados globais isto já está claro, mas ainda não podemos atribuir todas elas às mudanças climáticas. A variabilidade natural também deve ser levada em conta”, afirmou Peter Stott, pesquisador do Met Office, para o jornal britânico The Independent.
O relatório da coalização deve ser apresentado na conferência World Climate Research Programme, que será realizada entre os dias 24 a 28 de outubro nos Estados Unidos.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.