Incidente, que começou na última quarta-feira (10), é considerado maior vazamento ocorrido no Reino Unido na última década.
Mais de 216 toneladas, ou 1300 barris, é a quantidade de petróleo liberada no que é considerado o maior vazamento ocorrido no Reino Unido nos últimos dez anos. O acidente, que aconteceu na última quarta-feira (10) no Mar do Norte, só foi divulgado pela Shell, responsável pelo vazamento, na sexta-feira (12) à noite.
Na última segunda-feira (15), a companhia declarou que havia restringido o vazamento para menos de cinco barris por dia, mas nesta terça-feira (16), a petrolífera divulgou que foi descoberto um segundo foco de liberação de petróleo na plataforma. E embora a empresa tenha afirmado que o vazamento já estava sobre controle, a firma admite que essa segunda fenda ainda permite a saída de uma pequena quantidade de petróleo.
“A fonte do vazamento permanece a mesma. A fenda inicial foi barrada na quinta-feira, mas o petróleo encontrou uma segunda vazão para o mar. Desde então estamos trabalhando para encontrar a fonte desse fluxo muito menor de hidrocarbonetos”, disse Glen Cayley, diretor técnico da Shell Reino Unido.
“Isso tem se mostrado difícil porque estamos lidando com uma infra-estrutura submarina complexa e a posição do pequeno vazamento está em um local difícil cercado de vida marinha. Então, leva algum tempo até que nosso ROV [Veículo de Operação Remota] estabeleça exatamente onde a fonte está”, acrescentou Cayley.
Embora Cayley alegue que não sabe como o vazamento começou, ele acredita que “agora o fluxo está vindo de uma válvula de escape adjacente ao vazamento original e da mesma fonte. Uma vez que confirmarmos isso, desenvolveremos então uma série de opções de mitigação para parar o vazamento”.
A Shell garantiu que as ondas e os ventos estavam dissipando naturalmente ao petróleo liberado, e que este não deve chegar até a costa, mas reconheceu que o vazamento foi “significante no contexto da quantidade de petróleo liberada anualmente no Mar do Norte”. Cayley afirmou ainda que não há evidências de que tenham ocorrido danos à vida selvagem até agora.
No entanto, ambientalistas alegam que a empresa não foi transparente em seus relatórios sobre o vazamento. “É inacreditável que ainda estejamos recebendo poucas informações e que o vazamento inicialmente ‘insignificante’ da Shell ainda esteja causando problemas”, protestou Per Fischer, representante de comunicação da ONG Amigos da Terra – Escócia.
Os manifestantes pedem ainda que o governo imponha uma moratória em novas licenças para a perfuração e a extração de petróleo na região. “É altamente preocupante que vazamentos significantes ainda aconteçam no Mar do Norte e acreditamos que o governo deveria colocar uma moratória nas licenças para o oeste de Shetland até que as companhias de petróleo avaliem os riscos e impactos reais dos acidentes em águas mais profundas e demonstrem que têm capacidade para lidar com os vazamentos”, sugeriu o Greenpeace.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.