O que os economistas tradicionais não vêem, a China faz questão de mostrar até para os olhos mais arregalados: crescimento econômico está longe de representar qualidade de vida da população. Segunda potência econômica do planeta, o gigante oriental atingiu níveis críticos de poluição neste final de semana, uma das piores taxas registradas em uma década de monitoramento. O ar irrespirável só agradou mesmo os vendedores de máscaras, que viram suas vendas decolarem.
A nuvem espessa de poluição atingiu 12 províncias chinesas desde o sábado e fez o governo emiti um alerta convocando a população a “ficar em casa” e “evitar exercícios físicos cansativos”. Em Pequim, a poluição foi qualificada de ‘severamente prejudicial e perigosa’.
Líder do mercado mundial do automóvel, a China está em constante ameaça ambiental devido às suas várias indústrias poluentes, o tráfego em constante expansão e a ausência de políticas públicas efetivas na área. Para piorar, o país oriental é considerado o maior emissor de gases estufas, uma vez que 70% de sua energia provém da combustão do carvão.
A densidade de partículas de 2,5 microns de diâmetro na atmosfera, extremamente nocivas à saúde por serem finas o suficiente para penetrar nos pulmões e corrente sanguínea, chegou aos 993 microgramas por metro cúbico no sábado, 12 de janeiro, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O ideal estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 25 microgramas por metro cúbico.
A camada contaminante permanecerá sob a capital chinesa mais três dias, uma vez que a ausência de ventos dificulta que as substâncias poluentes se dispersem. Pequim tem cerca de 20 milhões de habitantes e mais de 5 milhões de veículos.
* Publicado originalmente no site EcoD.