Para combater o aquecimento global, um estudo divulgado na terça-feira, 14 de junho, pelo Pnuma ( Progama das Nações Unidas para o Meio Ambiente) informou que a redução das emissões de ozônio e de metano poderão frear a elevação da temperatura global, promovida principalmente pelo dióxido de carbono na atmosfera.
Segundo os pesquisadores que anunciaram o relatório em Bonn, na Alemanha, numa reunião sobre as negociações do clima da ONU, as reduções do carbono negro (metano) e do ozônio ( responsáveis pela fuligem e pela fumaça) não só retardaria o aquecimento global como também conteria doenças respiratórias e danos às colheitas.
“Nós não encontramos uma bala de prata. Encontramos uma estratégia muito poderosa para complementar a necessária redução de gás carbônico”, declarou o cientista José Alcamo, chefe do Pnuma, sobre o valor imediato divulgado pela pesquisa da redução desses gases para a diminuição da temperatura no planeta.
Em números, esta redução acarretaria um decréscimo de 0,5 graus do aquecimento global em meados do século. Mas, para Johan Kuylenstierna, do Stockholm Environment Institute, que liderou a produção do estudo, essa mudança só seria “significante” se os países começassem a agir na redução destas substâncias durante os próximos 20 anos.
16 ações
De acordo com a pesquisa do Pnuma, 16 ações devem ser realizadas para limitar as perspectivas de aumento da temperatura para 2 graus acima dos níveis pré-industriais, como foi estipulado pelos países em negociações sobre o clima.
O uso de filtros em motores a díesel para reduzir o carbono, a retirada de veículos velhos de circulação e a substituição de fogões a lenha e fornos de tijolos por outros movidos a biomassa são algumas dessas ações que reduziriam as emissões.
Outras mudanças possíveis seriam a recuperação de vazamentos em poços de ventilação nas minas de carvão, a separação e o tratamento do lixo biodegradável de resíduos urbanos e a alteração da dieta do gado, emissor de metano.
Se essas ações forem concretizadas, o relatório aponta que seriam evitadas 2,5 milhões de mortes prematuras por anos devido à poluição do ar. A produção agrícola também seria beneficiada, causando um aumento de 50 milhões de toneladas por ano.
Prejuízos do metano e do ozônio
Estas duas substâncias tem efeitos nocivos aos mais diversos ambientes. O metano vem dos escapamntos dos veículos, dos incêndios florestais, de fogão a lenha ou fornos de tijolos. Ele age no aumento da temperatura principalmente sobre a neve do Ártico ou de geleiras de montanhas, facilitando o derretimento do gelo nessas regiões.
Já o ozônio, que é favorável a proteção da Terra pelos raios ultravioletas, é maléfico quando se encontra entre 10 a 15 km acima da superfície, se tornando um poderoso gás de estufa e contribuindo para a poluição urbana.
* Publicado originalmente no site EcoD.