Redução nas emissões de GEEs não acompanha crise econômica, diz estudo

Uma nova pesquisa publicada nesse domingo (7) no periódico Nature Climate Change revelou que as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) crescem de forma acelerada em períodos de prosperidade, porém não caem tão rapidamente em épocas de recessão.

Atualizado em 09/10/2012 às 14:10, por Ana Maria.

Uma nova pesquisa publicada nesse domingo (7) no periódico Nature Climate Change revelou que as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) crescem de forma acelerada em períodos de prosperidade, porém não caem tão rapidamente em épocas de recessão.

Segundo Richard York, da Universidade de Oregon, autor do estudo, as emissões de dióxido de carbono aumentaram em uma média de 0,73% para cada 1% de crescimento do produto interno bruto (PIB) per capita, mas caíram apenas 0,43% para cada percentual de queda no PIB per capita.

Os cálculos foram feitos a partir de estatísticas do Banco Mundial de mais de 150 países entre 1960 e 2008. “O declínio econômico não leva a um declínio tão grande nas emissões como uma quantidade comparável de crescimento econômico leva ao crescimento nas emissões”, comentou York.

O autor explicou que isso ocorre devido ao fato de que a infraestrutura construída durante os períodos de crescimento ainda é utilizada durante a recessão. Além disso, o estilo de vida das pessoas nem sempre é alterado de forma drástica pelas oscilações econômicas.

“Quando as economias declinam, as fábricas não fecham imediatamente, as pessoas não param de dirigir (embora elas possam adiar a compra de um carro novo)”, observou o pesquisador em um e-mail.

York afirmou que os economistas poderão ter que repensar como projetar o futuro crescimento do dióxido de carbono, já que a maioria das pesquisas sugere que o PIB e as emissões oscilam em sincronia, tanto para baixo quanto para cima.

“Não importa apenas quão grande é o PIB no futuro, mas também como ele chegará lá, pelo crescimento constante lento ou por períodos de rápido crescimento misturados com recessão”, declarou.

Ainda conforme a pesquisa, as estimativas preveem que a expansão da economia mundial deve ser entre US$ 235 trilhões e US$ 550 trilhões até 2100, dos US$ 21 trilhões em 1990. Isso poderia aumentar as emissões de gases do efeito estufa, e, consequentemente, as temperaturas mundiais, que subiriam entre 1,1 e 6,4 graus Celsius.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.


    Leia também: