O relacionamento entre mães e filhos muda com o tempo. No entanto, eles não mudam da mesma forma e o rumo que tomam pode influenciar principalmente o comportamento dos meninos quando eles chegam à adolescência.
Este é o resultado de um estudo, publicado no periódico Child Development, feito com base em uma pesquisa longitudinal (realizada com um mesmo grupo durante um longo período) da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. O objetivo era examinar a vulnerabilidade e resiliência em meninos de famílias de baixa renda. Para isso, os pesquisadores acompanharam 265 mães e seus filhos, desde quando tinham cinco anos de idade até chegarem à adolescência.
Os pesquisadores reuniram informações sobre a vizinhança, relacionamento amoroso da mãe, qualidade da parentagem proporcionada por ela e o temperamento do menino. Foi também avaliado o nível de conflitos e discussões entre mãe e filho, se a criança apresentava ou não comportamento delinquente, como era o relacionamento dele com os amigos e senso de moralidade durante a adolescência.
Conflitos na infância impactam adolescência
Os resultados mostraram que crianças que vivenciaram mais conflitos com suas mães durante a infância eram mais propensas a se envolver em comportamento delinquente durante a adolescência. Por outro lado, aqueles que tiveram um relacionamento próximo com suas mães nesse período mantiveram laços mais fortes ao entrar na nova fase. Eles também eram mais propensos a ter um melhor relacionamento com seus amigos.
Para o psicólogo Christopher Trantacosta, autor do estudo, os resultados têm implicações principalmente para a prevenção e intervenção em programas familiares. “Se o objetivo é reduzir o comportamento delinquente, estes programas devem promover uma maior proximidade entre pais e filhos, no sentido de melhorar o relacionamento entre eles”, finaliza.
Com informações Society for Research in Child Development.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.