O Grupo das 20 maiores economias do mundo, o G20, está mantendo suas promessas de evitar o protecionismo, como reação à recente recessão global, mas o resto do mundo tem aumentado as barreiras comerciais, segundo relatório de co-autoria das Nações Unidas.
O relatório conjunto da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), intitulado Monitor Global da Tendência do Invenstimento Global, divulgado hoje (24/05), diz que as novas medidas tomadas pela maioria dos países do G20 entre outubro do ano passado e abril deste ano eliminaram as restrições ao investimento internacional ou garantiram maior clareza para os investidores estrangeiros. Trata-se do último relatório de uma série iniciada em 2008, quando o G20 pediu à UNCTAD e à OCDE que monitorassem as medidas de investimento de seus membros para assegurar que políticas protecionistas fossem evitadas.
O relatório também aponta que os últimos seis meses viram um aumento mundial em medidas de restrição ou regulação do investimento estrangeiro. Medidas restritivas são agora 35% de todas as medidas políticas adotadas – a maior proporção desde 1992, quando a UNCTAD publicou os primeiros dados sobre a questão, disse a agência. O crescimento das políticas abordadas pelo mais recente relatório ocorreu dentro de um contexto em que, diferentemente do Produto Interno Bruto mundial (PIB) e dos fluxos de comércio, os fluxos globais de investimentos ainda não recuperaram seus níveis de antes da crise financeira de 2008, segundo a UNCTAD.
Para o período compreendido entre 16 de outubro de 2010 e 28 de abril de 2011, o relatório mostra que sete membros do G20 adotaram políticas específicas sobre investimentos, nove adotaram medidas emergenciais com possíveis impactos sobre o investimento internacional, um adotou uma medida de investimento relacionada à segurança nacional e oito assinaram seis acordos bilaterais de investimento e seis outros acordos com disposições relativas aos investimentos.
* Publicado originalmente pela ONU Brasil e retirado do site Mercado Ético.