Neste segundo semestre, as empresas já começam a se mobilizar para a elaboração de seus relatórios anuais e de sustentabilidade. Tal processo reúne uma série de desafios para atingir o propósito de comunicar o desempenho das empresas nos âmbitos econômico, social e ambiental.
Para que as publicações sejam relevantes, objetivas e que falem diretamente aos seus públicos de interesse, elas devem refletir a gestão da empresa de forma clara e “sem rodeios”, ou seja, um bom relatório é uma peça de comunicação que reflete a gestão da organização e seus principais resultados. O contrário aproxima-se do que ficou conhecido como greenwashing.
Desde o primeiro balanço social publicado, em 1986, pela fabricante de fertilizantes Nitrofértil, que mais tarde foi adquirida pela Petrobras, o processo de relato passou por diversas mudanças, passando pelos relatórios socioambientais, relatórios de sustentabilidade (seguindo as diretrizes da GRI – Global Reporting Initiative) e, desde então, muito já foi dito e discutido sobre comunicação e gestão em sustentabilidade.
No entanto, o maior passo a ser dado sobre essa questão é a integração de relatórios anuais, que contêm informações financeiras/contábeis, às informações do “tripé da sustentabilidade” numa única publicação.
Essa evolução para os relatórios integrados, sem dúvida, evidenciará as fraquezas e a falta de objetividade e transparência presentes em algumas publicações que têm como mote apenas a comunicação. Algumas iniciativas como o protocolo de diretrizes para relato da GRI, o G4 e o IIRS (International Integrated Reporting Commitee), contribuirão, nos próximos anos, com publicações metodológicas sobre relatórios integrados, cujo objetivo será facilitar e incentivar essas publicações.
Assim, a elaboração de um relatório, integrando de forma literal os aspectos financeiro/contábil, econômico, social e ambiental, vai ratificar uma gestão em sustentabilidade, tornando essas publicações essenciais para a gestão do negócio, pois dialogarão com os diferentes públicos de uma organização, sejam eles investidores, comunidade, imprensa, funcionários, órgãos governamentais, sociedade civil, entre outros.
* Rafael Morales e Rodrigo Spuri são consultores da Unidade de Sustentabilidade da Keyassociados (www.keyassociados.com.br).