Representantes do Unaids, o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids, se reuniram, no dia 4 de julho, com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em Brasília. O objetivo do encontro foi propor a campanha Cartão Vermelho para a Aids, que promoverá ações de prevenção ao HIV durante a Copa do Mundo da Fifa de 2014 no Brasil. A Campanha já foi realizada durante a competição na África do Sul e contou com o apoio do Ministério do Esporte e Lazer sul-africano e dos capitães das 28 seleções participantes do mundial de futebol de 2010.
Djibril Diallo, da direção do Unaids, explicou que o foco das ações é o público jovem. Segundo dados da entidade, dos 34 milhões de infectados com o vírus em todo o mundo, metade tem entre 15 e 24 anos. “Em junho de 2010, lançamos essa iniciativa e trabalharemos com ela até 2014. Na Copa do Brasil, o objetivo é usar o poder e a popularidade do esporte contra a aids”, afirmou Diallo, ressaltando que em três anos a entidade pretende alcançar o que chama de “meta dos três zeros”: zero discriminação, zero infecções e zero mortes relacionadas ao vírus. “Queremos desenvolver a campanha de forma global, antes e durante a copa, com estratégias de comunicação que envolvam os serviços públicos, a participação dos prefeitos das 12 cidades-sede e personalidades do futebol”, completou Diallo.
A vereadora Olívia Santana (PCdoB de Salvador) afirmou que a Copa é do Mundo e que todos devem estar envolvidos. “A Campanha já apresentou resultados importantes. É fundamental contar com o apoio tanto dos ministérios do Esporte e da Saúde quanto das federações e personalidades de futebol”, disse.
Participaram ainda do encontro o coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, o a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), o secretário da Secopa da Bahia, Ney Campello, e o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, além de representantes da Assessoria Internacional e da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Diretos do Torcedor do Ministério do Esporte.
Visibilidade
Para Dirceu Greco, a visibilidade da competição em 2014 contribuirá para o sucesso da Campanha. “Este é um bom momento para trazer à tona essa discussão, que normalmente só acontece no Carnaval e no dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta contra a Aids), enquanto a prevenção é necessária e é realizada durante todo o ano”, disse. “O combate à aids pode ser relacionado aos eventos esportivos que estamos vivendo, e a Copa pode ser determinante para disparar esse cuidado com a juventude”, completou a deputada.
“A Copa não é só a celebração do futebol, mas um momento que será acompanhado por mais de três bilhões de pessoas. Nós sabemos da dimensão desse evento. É uma oportunidade que o Brasil tem de enfrentar seus desafios, assim como foi na África do Sul”, afirmou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
* Publicado originalmente no site Agência de Notícias da Aids.