“Tenho certeza que o EIMA-8 contribuirá para gerar discussões sobre sustentabilidade, promovendo a troca de informações e de experiências e, principalmente, a busca por soluções inovadoras que certamente contribuirão para consolidar o desenvolvimento sustentável na América Latina e entre os países ibero-americanos”, afirma Fátima Lima.
Faz algum tempo que o conceito de sustentabilidade deixou de ser apenas um modismo para consolidar-se como o mais importante desafio global para empresas, governos e sociedade. Esta ideia é compartilhada com a diretora de sustentabilidade da Fundação Mapfre, Fátima Lima. Em entrevista concedida à equipe de jornalistas do EIMA8, ela afirmou que “a sustentabilidade é um caminho sem volta”. Contou ainda sobre alguns dos projetos da Fundação e mostrou-se aberta para fazer parte da mudança para uma sociedade mais sustentável.
Confira a entrevista.
EIMA8: É a primeira vez que o Encontro Ibero-Americano será realizado em São Paulo, tendo repercussão em âmbito regional e expandindo aos países ibero-americanos. Em quais aspectos um evento deste porte poderá acelerar o desenvolvimento sustentável na América Latina e a cooperação entre os países ibero-americanos?
Fátima Lima: Foi-se o tempo em que bastava às empresas respeitar as leis, gerar empregos, pagar impostos e observar as normas de segurança e saúde para os seus colaboradores. É preciso ir além, seguir adiante. Hoje, a exigência é que contribuam para uma sociedade mais igualitária. Na prática, isto significa que aquelas que não se ajustarem, adotando práticas sustentáveis em todos os níveis, terão cada vez menos espaço em um mercado em que a cobrança por ética, transparência e comprometimento aumenta dia a dia.
Cada vez mais, as empresas têm consciência de que os resultados financeiros e operacionais só serão válidos ao longo dos anos se carregarem consigo o respeito ao ser humano e ao meio ambiente. O diálogo e a geração de valor com todos os stakeholders são fatores fundamentais para garantir a sustentabilidade do negócio. Por isso, é fundamental que as organizações continuem comprometidas em oferecer produtos e serviços de qualidade, estreitando cada vez mais o relacionamento com todos os seus públicos de interesse, sem deixar de lado sua postura social.
Nesse sentido, tenho certeza que o EIMA-8 contribuirá para gerar discussões sobre sustentabilidade, promovendo a troca de informações e de experiências e, principalmente, a busca por soluções inovadoras que certamente contribuirão para consolidar o desenvolvimento sustentável na América Latina e entre os países ibero-americanos.
EIMA8: Serão discutidos no EIMA8 os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo. Em sua opinião, quais os principais fatores para a transição da economia brasileira para uma economia cada vez mais “includente”, verde e responsável?
Fátima Lima: A iniciativa privada precisa estar mais atenta às questões do desenvolvimento sustentável, unindo o lucro ao respeito pelo meio ambiente e à justiça social, gerando valor para a sociedade e inovando sempre. Os empresários precisam entender em que medida as variáveis de produção e consumo influenciarão os resultados da companhia em seus diversos setores de atuação e, desta forma, desenvolver soluções inovadoras considerando os aspectos sociais e ampliando a oferta de produtos com preços competitivos.
Já faz algum tempo que o conceito de sustentabilidade deixou de ser apenas um modismo para consolidar-se como o mais importante desafio global para empresas, governos e sociedade. Ou seja, a sustentabilidade é um caminho sem volta. O sucesso das organizações depende agora de uma nova forma de pensar e de gerir o negócio, uma vez que os resultados econômicos estão cada vez mais atrelados aos impactos ambientais e sociais causados por suas decisões e ações.
O conceito de sustentabilidade deve fazer parte da gestão estratégica e da tomada de decisões, assim como o diálogo e a geração de valor com todos os stakeholders. Temos que entender que isto é possível. É totalmente viável fazer negócio de uma maneira sustentável, engajando todos da cadeia de valor, de modo que o entendimento e a atitude se disseminem aos poucos entre os ciclos de relacionamento de cada empresa.
EIMA8: A Fundação MAPFRE tem desenvolvido projetos e iniciativas interessantes visando a uma sociedade mais sustentável. Como diretora de sustentabilidade, quais ações da Fundação merecem destaque?
Fátima Lima: Com sede na Espanha e atuação em diversos países latino-americanos, a Fundación Mapfre é uma instituição sem fins lucrativos, criada para promover e financiar atividades de interesse geral da população. No Brasil, trabalhamos para disseminar valores e cultura para a sociedade como um todo, com a realização de iniciativas inovadoras em cinco âmbitos de atuação: Ação Social; Ciências do Seguro; Cultura; Prevenção, Saúde e Meio Ambiente; e Segurança Viária.
Com foco na qualidade de vida da sociedade, o Instituto de Prevenção, Saúde e Meio Ambiente realiza iniciativas voltadas à prevenção de acidentes, promoção da saúde e conservação do meio ambiente, com destaque para os seminários promovidos há mais de quatro anos no Brasil. Nestes fóruns, que buscam fomentar o desenvolvimento sustentável e a inovação, a Fundación atua como articuladora do diálogo entre governo, iniciativa privada e terceiro setor. Além de contribuir com o desenvolvimento econômico responsável e seguro, estes encontros também auxiliam na formação de cidadãos conscientes e na disseminação de novas tecnologias, serviços e soluções inovadoras.
Já incentivamos o debate sobre os mais variados temas como: licenciamento ambiental; gestão de riscos ambientais no setor de exploração e produção de petróleo e gás; geração de energia e desenvolvimento sustentável; e tendências e proposições para os mecanismos de desenvolvimento limpo no Brasil.
A mais recente ação nesse sentido foi o VII Seminário Fundación Mapfre em Prevenção e Meio Ambiente, que debateu o tema “Energia Renovável – Inovação para o Desenvolvimento Sustentável”. Realizado no dia 8 de setembro de 2011, em São Paulo, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o evento contou com a participação de empresários e pesquisadores de renome.