Taxa de gravidez na adolescência atinge o nível mais baixo em 40 anos nos Estados Unidos

Segundo estudo, informações de melhor qualidade, dentro e fora da sala de aula, foram relevantes para evitar gravidez na adolescência. Entre 1990 e 2008, de acordo com um relatório divulgado em junho de 2012 pelos Centres for Disease Control (CDC), a taxa de gravidez na adolescência caiu 40% em nível nacional nos Estados Unidos.

Atualizado em 03/08/2012 às 21:08, por Ana Maria.

Adolescentes com vida sexual ativa apresentam comportamento mais responsável. Foto: Reprodução/Internet

Segundo estudo, informações de melhor qualidade, dentro e fora da sala de aula, foram relevantes para evitar gravidez na adolescência.

Entre 1990 e 2008, de acordo com um relatório divulgado em junho de 2012 pelos Centres for Disease Control (CDC), a taxa de gravidez na adolescência caiu 40% em nível nacional nos Estados Unidos. No Texas também a queda foi quase tão grande. A taxa do Estado é hoje em dia a mais baixa registrada em mais de 40 anos. Caso a taxa de gravidez tivesse ficado no mesmo nível de 1991, 3,4 milhões de bebês adicionais teriam nascido de mães adolescentes entre 1992 e 2010.

O progresso foi nacional e generalizado. Quase todos os Estados tiveram uma queda, bem como todos os grupos étnicos. A queda foi particularmente acentuada entre adolescentes negras, ainda que adolescentes negras e latinas continuem a ter uma taxa de gravidez adolescente muito mais alta do que jovens brancas e asiáticas.

Trata-se também de um daqueles raros fenômenos em que uma vitória da saúde pública não é arrogada por ninguém. Informações de melhor qualidade, dentro e fora da sala de aula, devem ser um fato relevante. Um estudo de 2010 da Kaiser Family Foundation constatou que mais da metade dos estudantes do ensino médio e fundamental procuraram por informações de saúde na internet.

A MTV pode ter sido uma boa influência. Em 2010, a National Campaign to Prevent Teen and Unplanned Pregnancy, um grupo de pressão apartidário, pediu que dezenas de adolescentes assistissem a vários episódios de 16 and Pregnant, um série documental que acompanhou um punhado de adolescentes grávidas. Quase todas as jovens espectadoras concordaram que a maternidade na adolescência era mais difícil do que elas imaginavam. O programa, de acordo com o relatório do estudo, também servia como ponto de partida para conversas: 40% dos espectadores “conversaram com seus pais” após terem assistido à série, o que pode ser encarado como um progresso.

As adolescentes em si estão sendo mais cuidadosas. Com efeito, entre 1991 e 2011, a proporção de estudantes secundários que afirmaram nunca ter tido relações sexuais caiu de 54,1% para 47,4%. Mas aqueles que são sexualmente ativos estão se comportando de maneira mais responsável: 60,2% afirmaram terem usado preservativo durante a sua relação mais recente, um aumento em relação aos 46,2% de 1991. Apenas 12,9% admitiram não terem usado nenhumtipo de método contraceptivo.

Curiosamente, os adolescentes continuam irresponsáveis com relação a outros aspectos. Em 2011, os CDC também divulgaram que a probabilidade de um adolescente comer um vegetal todos os dias ou de beber leite não mudou desde 1991. Algumas doenças sexualmente transmissíveis estão se tornando um pouco mais comuns.

Mas evitar a gravidez requer tanto uma causa quanto oportunidades. Então parte da explicação é que os adolescentes simplesmente estão se empenhando mais em não se tornar pais. Isto acontece apesar do alto nível de desemprego juvenil e dos enormes custos da educação universitária, os quais podem desencorajar mulheres jovens a procurar empregos ou se matricular em uma faculdade. Ainda há margem de melhora: a taxa de gravidez na adolescência norte-americana permanece a mais alta entre os países ricos.

* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.


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