Tio Sam, capitalista de risco

 

Economia americana assinala a necessidade por uma ação governamental. Foto: Reprodução/Internet

Seria ótimo se o governo americano começasse a prestar atenção ao que os economistas têm a dizer.

Os EUA, assim como boa parte do mundo, passam por uma crise de inovação. Suas raízes se fincam em diversos desafios significantes: um reconhecimento de que o rápido progresso e crescimento tecnológico será crucial para lidar com ventanias democráticas e a ameaça do aquecimento global. Mas há pouquíssimo consenso em Washington a respeito do que o governo deve fazer para contribuir.

A economia assinala a necessidade por uma ação governamental robusta no sentido de garantir direitos de propriedade claros e apoiar o funcionamento dos mercados. Um governo esclarecido também deve precificar as externalidades (como aquelas geradas pelas emissões de gases do efeito estufa). E também deve financiar pesquisas básicas – um bem público que simplesmente não é produzido o bastante pelo mercado sem incentivo estatal.

O que o governo não deveria fazer, os economistas parecem concordar, é assumir o papel de capitalista de risco, isto é, investir em projetos ou empresas individuais. Washington nãosabe exatamente como lidar com essas recomendações. O governo americano financia vários canais de pesquisa, reluta em precificar externalidades, e, ao mesmo tempo, ama e odeia a “política industrial”.

Membros de ambos os partidos criticam o fato de que o outro oferece apoio especial a diferentes setores e ao mesmo, tempo assinalam o fato de que outros países, como Alemanha e China, estão se apropriando de fatias de mercado que costumavam ser americanas graças a relutância de Washington em oferecer financiamento público para setores inovadores.

Seria ótimo se o governo americano – e governos em geral – começasse a prestar atenção ao que os economistas têm a dizer sobre essas questões, impusesse uma taxa sobre a emissão de carbono, e se concentrasse em oferecer linhas de financiamento substancias para pesquisas básicas.

* Com informações da The Economist.

** Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.