Toxic Amazônia: filme mostra luta de extrativistas assassinados no Pará

Assim como a Irmã Dorothy Stang, o casal Zé Claudio e Maria representa um símbolo de resistência e defesa da floresta.

Atualizado em 03/03/2012 às 02:03, por Ana Maria.

Filme mostra a realidade da Amazônia brasileira.

Assim como a Irmã Dorothy Stang, o casal Zé Claudio e Maria representa um símbolo de resistência e defesa da floresta.

Nessa terça-feira (28), Brasília recebeu o lançamento do filme Toxic Amazônia, que trata sobre a investigação do assassinato no Pará dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, ganhadores do prêmio Herói da Floresta concedido pela ONU em 2012. O documentário adentra sobre as questões que envolvem a questão extrativista na região.

O evento foi realizado no Auditório Nereu Ramos (Anexo II da Câmara dos Deputados, Praça dos Três Poderes) durante o seminário “Código Florestal e a ciência: O que os nossos legisladores ainda precisam saber”, com a presença de cientistas e pesquisadores discutindo os impactos negativos das mudanças no Código Florestal. A organização é do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e da Frente Parlamentar Ambientalista.

No dia 24 de maio de 2011, mesmo dia em que deputados federais aprovaram, em Brasília, o Código Florestal – lei que coloca em risco as florestas e legaliza desmates – o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foi executado perto do assentamento em que viviam em Nova Ipixuna, no Estado do Pará.

Um mês depois a Vice Media Inc., produtora do Toxic Amazônia, foi para Marabá, cidade natal do castanheiro Zé Cláudio, onde acompanhou a investigação do caso, seguiu os agentes do Ibama numa operação cinematográfica em que madeireiras ilegais foram fechadas, visitou um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), conheceu escravos foragidos e comprovou a violência que permeia a cidade, também chamada de Marabala (uma expressão que mistura as palavras Marabá e bala).

Assim como a Irmã Dorothy Stang, o casal Zé Claudio e Maria representa um símbolo de resistência e defesa da floresta. Como ativistas, os assassinados chegaram a receber várias ameaças de morte e comunicar o fato às autoridades locais, sem que nada fosse feito para impedir as mortes.

Para conhecer mais o trabalho: http://www.vice.com/pt_br/toxic/toxic-amazon-full-length.

* Publicado originalmente no site Adital e retirado do EcoAgência.


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