Por Olhar Animal –
O Facebook continua sendo uma plataforma de tráfico online de animais selvagens, revelou nova análise feita pelo grupo global Avaaz, que encontrou 129 conteúdos potencialmente nocivos “em questão de cliques” na barra de pesquisa do Facebook, incluindo postagens que vendiam ou procuravam chitas, macacos, filhotes de leão e presas de elefante. Também foram encontrados filhotes de tigre, leopardos, jaguatiricas, papagaios cinzentos africanos e o menor macaco do mundo, o sagui-pigmeu.
Segundo reportagem do The Guardian, o tráfico ilegal de vida selvagem é a quarta maior atividade transnacional ilícita do mundo, ficando atrás de narcóticos, tráfico de seres humanos e falsificações. O negócio multibilionário está ligado a uma infinidade de danos, incluindo crueldade animal, ameaçando espécies e ecossistemas e alimentando a transmissão de doenças de animais para humanos, como coronavírus, Ebola, dengue e gripe aviária.
Análise feita pelo grupo global Avaaz encontrou 129 conteúdos potencialmente nocivos (Foto: Reprodução/Avaaz)
Em 2018, o Facebook, que tem mais de 2,9 bilhões de usuários mensais, cofundou a Coalition to End Wildlife Trafficking Online com especialistas como o WWF, e se propôs a reduzir o comércio ilegal em 80% até 2020.
Algoritmo continuou sugerindo postagens nocivas
Um dos conteúdos encontrados pelo relatório foi uma página chamada “Comércio de vida selvagem, escama de pangolim e chifre de rinoceronte”. Depois, nas semanas seguintes, o Facebook fez 95 recomendações focadas na vida selvagem aos pesquisadores por meio de notificações e do recurso “grupos sugeridos”. Destes, 76% eram postagens que buscavam comprar ou vender animais vivos, o que provavelmente violava as próprias políticas do Facebook.
“Os traficantes não se coíbem de listar seus produtos para venda em grupos públicos, nem de incluir seus números de telefone em seus posts”, disse Ruth Delbaere, ativista jurídica sênior da Avaaz.”No Facebook, o tráfico de animais selvagens ocorre em plena luz do dia”.
O que disse o Facebook
Em um comunicado, a empresa controladora do Facebook, Meta, questionou a validade da metodologia do estudo e o tamanho da amostra, e disse que os resultados não refletem o trabalho que eles fizeram para combater o tráfico de animais selvagens.
Um porta-voz da Meta disse: “Somos pioneiros em tecnologia para nos ajudar a encontrar e remover esse conteúdo; lançamos alertas pop-up para desencorajar as pessoas de participar deste comércio. Entre janeiro e maio de 2021, apenas na Indonésia e nas Filipinas, removemos mais de 1.900 grupos do Facebook vinculados ao tráfico de vida selvagem. No entanto, as pessoas por trás dessa atividade terrível são persistentes e estão constantemente evoluindo suas táticas para tentar evitar esses esforços”.
Fonte: Época NEGÓCIOS
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