Exposição em Londres tem mais de 400 itens em ouro, da Idade do Ferro até os dias atuais
Atletas olímpicos disputam pelo ouro, e por boas razões. Seu preço pode variar, às vezes violentamente, mas desde que o homem descobriu o ouro, há cerca de 5 mil anos, ele tem sido um importante símbolo de esplendor, posição e poder. “Ouro, Poder e Allure”, uma exposição brilhante e lindamente montada pela Company Goldsmiths, em Londres (até 28 de julho), é uma demonstração glorioso do glamour do ouro.
Fundada em 1327 para supervisionar o comércio de ouro, a empresa Goldsmiths mostra em Londres o seu evento mais ambicioso. São mais de 400 itens de ouro de a Grã-Bretanha, abrangendo 4.500 anos, com empréstimos excepcionais de catedrais, museus, grandes coleções privadas e da Coleção Real. A variedade de objetos vai da Idade do Ferro (brincos, enfeites de cabelo) até um vaso criado pelo escultor japonês, Hiroshi Suzuki, em 2011.
O ouro é escasso. Todo o ouro já produzido poderia ser fundido em um cubo com lados de 20 metros. A razão do encantamento de coroas, medalhas, adornos e modelas de ouro é que, em grande parte, é por ser um bem incorruptível, raro de ser machado, corroído ou destruído. O jovem faraó Tutancâmon pode ter sido enterrado com sua mascada de ouro no século XIV aC, mas ela ainda brilha.
O ouro tem três vezes o peso do ferro, ponto de fusão de 1.063 graus centígrados, e é extremamente maleável, perfeito para elaborar jóias, objetos de arte e acessórios religiosos, como a exposição mostra.
Entre as jóias cedidas para o evento estão: uma coroa usada pelo Príncipe de Gales em 1969, que incorpora veludo púrpura e arminho tradicional, o artesanato futurista de Louis Osman e o anel de um bispo do século XVI, com uma safira azul. Um dos itens mais cativantes da exposição é um rato mecânico decorado com ouro e pérolas, um objeto de arte em forma de brinquedo. E há centenas de outros objetos que encantam e surpreendem.
Infelizmente, a exposição tem uma grave falha: as descrições são extremamente pobres, obrigando os visitantes a ter certa dose de adivinhação para entender a peça. Felizmente o ouro fala muito bem por si mesmo. Ao fazer essa apresentação sobre o ouro britânico, a Goldsmiths tornou o assunto incrivelmente grande e revelador. Já havia sido divulgado que o príncipe William tinha colocado no dedo de sua noiva um anel de casamento de ouro galês, mas era difícil presumir que ele tinha sido feito a partir de uma considerável pepita limitada ao uso real.
O ouro britânico, apesar de minúsculo ao lado do existente na África do Sul, também foi encontrado no País de Gales, Irlanda do Norte, extremo oeste da Inglaterra e na Escócia. O metal continua a ser encontrado hoje. Mais urgentemente, os britânicos estão simplesmente esperando que os atletas do país em breve sejam agraciados com medalhas desse metal duradouro.
* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.